Se injeção de recursos do FGTS chegar na carne bovina, será voo de galinha, dizem analistas
Carne bovina tende a ganhar muito pouco como a injeção do FGTS, mas mais pela baixa oferta de bois (Imagem: Pixabay)
A liberação de saques de contas ativas do FGTS pode estar mexendo com o consumo de produtos mais baratos e que rendam mais, como é o caso do arroz, como 💥️Money Times trouxe nesta terça (17). Mas a injeção de recursos na economia também deverá ser usada para pagamentos de dívidas e muito pouco poderá sobrar para a carne bovina no varejo. Quando muito, voo de galinha.
Naturalmente que visto do ângulo econômico a medida do governo Bolsonaro é positiva e pode até resultar em ganhos indiretos na sequência, não só para a proteína bovina mas para outros bens de consumo de preços relativamente mais altos, segundo analista consultados.
Com endividamento menor, começam a sobrar mais recursos para compras em geral. Mas por enquanto isso é especulação sem prazo fixo.
Até agora se avalia que R$ 12 bilhões já tenham entrado na praça, mas o governo anunciou, quando a medida foi aprovada, em R$ 40 bilhões até o final do ano. Ainda não se sabe com certeza, inclusive o que foi liberado do PIS/Pasep.
De todo modo, o volume é considerado pequeno e pontual até mesmo para chamados itens mais baratos da cesta básica. Ajuda, mas não vai se espalhar rapidamente e com força. Como os R$ 25 bilhões que foram liberados no governo de Michel Temer.
Gustavo Rezende Machado, analista da Agrifatto, não acredita em mudança no patamar de consumo, lento da carne, que possa mudar o equilíbrio positivo para a @. Os ganhos atuais do atacado, na carcaça casada, mesmo que implique o varejo aceitando o preço da indústria, vem da oferta restrita. É de 1,44% no acumulado de setembro e 2,27% em 30 dias.
Felippe Reis, da Scot Consultoria, também fala em ganho por disponibilidade menor de animais, e também, como Machado, avalia que alguma coisa lá na frente pode ajudar se chegar a dar algum impacto na economia.
De momento, o escoamento é baixo da carne. “O reflexo disso observamos na margem da indústria, que faz a operação de desossa, que está em torno de 17%, ou seja, abaixo da média histórica de cerca de 20%”, diz Reis, indicando os dados levantados pela Scot.
“Tomara esteja errado, mas creio que o efeito do FGTS no mercado do boi será nulo”, avalia mais conservadoramente Caio Toledo Godoy, da INTL FC Stone.
Na médias dos três consultados aqui, todos concordam: voo de galinha e olhe lá.
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