Maior flexibilidade no Fed ajudaria países emergentes
A medida seria uma dádiva para investidores de mercados emergentes que tiveram que enfrentar um dólar em alta (Imagem: Reuters/Leah Millis)
A turbulência dos mercados monetários dos Estados Unidos pode causar um impacto positivo para investidores de países em desenvolvimento.
Entre as opções na mesa do Federal Reserve dos EUA, que tenta resolver a falta de liquidez e conter a disparada das taxas de financiamento overnight esta semana, está começar a reforçar seu balanço mais rápido do que o esperado.
“Mesmo que fosse um movimento técnico para lidar com taxas apertadas do mercado monetário, em vez de um movimento macro para enfrentar riscos desinflacionários, presumimos que uma nova rodada de impressão de dinheiro do Fed atingiria o dólar”, disse Chris Turner, chefe de estratégia de câmbio do ING Bank, em Londres.
A medida seria uma dádiva para investidores de mercados emergentes que tiveram que enfrentar um dólar em alta, devido ao seu status de refúgio em épocas de turbulência. Mesmo antes do salto desta semana nas taxas de financiamento de curto prazo, as moedas de países emergentes começaram a sentir a pressão depois que o ataque na Arábia Saudita no fim de semana elevou os preços do petróleo, renovando os temores de uma recessão global.
Com os bancos centrais em todo o mundo afrouxando a política monetária, a reunião do Federal Reserve desta quarta-feira carrega ainda mais peso do que o habitual. Um corte do Fed de 25 pontos-base está totalmente precificado e um rali global de títulos que afastou investidores ainda mais da curva de risco parece estar diminuindo.
“Um ‘soft QE’ seria naturalmente negativo para o dólar”, disse Martin Enlund, estrategista-chefe global de câmbio do Nordea Bank, em Estocolmo. Embora o impacto do QE, ou flexibilização quantitativa, dependa da quantia, “não acho que US$ 100 bilhões a US$ 125 bilhões por ano possam mudar o jogo”, disse.
Antes de sua decisão de política monetária na quarta-feira, o Fed injetou US$ 75 bilhões em operações compromissadas. O valor segue uma injeção de US$ 53,2 bilhões na terça-feira, a primeira em uma década.
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