ONG refloresta área equivalente a 60 estádios do Maracanã

Ainda na linha de reflorestamento, o projeto faz o acompanhamento do crescimento das árvores plantadas (Imagem: ANTONIO SILVA / ARQUIVO AG. PARÁ)

O Projeto Guapiaçu Grande Vida (GGV), gerido pela organização não governamental (ONG) Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), foi o responsável pelo reflorestamento de 60 hectares com 120 mil mudas nativas da Mata Atlântica. A área reflorestada equivale a 60 estádios do Maracanã. O projeto, localizado no município de Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro, tem o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental. Os investimentos da empresa somam cerca de R$ 5 milhões.

“A gente fez a manutenção desses 60 hectares e também dos 100 primeiros hectares plantados na primeira etapa do projeto”, disse a coordenadora do Projeto GGV, Tatiana Horta. A maior parte das mudas utilizadas nos plantios foi produzida no viveiro florestal da REGUA, a partir de 250 quilos de sementes coletadas de 181 espécies diferentes.

Ainda na linha de reflorestamento, o projeto faz o acompanhamento do crescimento das árvores plantadas.

Qualidade da água

No campo da educação ambiental, o destaque é para o Programa Piloto de Monitoramento de Recursos Hídricos (PPMRH). “Na verdade, ele é uma ferramenta de educação ambiental onde a gente envolve estudantes do ensino médio do município. Esses estudantes passam por uma seleção, são capacitados, e começam a participar das jornadas junto com a gente”.

Mensalmente, com ajuda dos estudantes, o projeto coleta amostras de água que são levadas para o laboratório de uma escola parceira, onde são feitos testes. Os resultados são discutidos com os estudantes, para que eles percebam não só a importância desses rios, mas também o impacto da presença do homem nos recursos naturais. Já foram feitas 300 análises para monitoramento da qualidade da água de três rios: Boa Vista, Macacu e Guapiaçu, em 12 pontos de coleta.

“Muda o olhar do estudante com relação aos nossos recursos naturais”, avalia  Tatiana.

Acessibilidade

Para permitir a inclusão de deficientes físicos e visuais nos trabalhos da reserva, foram criados um jardim sensorial para cegos e uma trilha adaptada para cadeirantes. Essa é a primeira trilha interpretativa com jardim sensorial da região de Cachoeiras de Macacu, destacou Tatiana.

Cento e sessenta professores foram capacitados para a utilização da Trilha Grande que permite o trabalho de educação ambiental com os estudantes.

“Nessa trilha, a gente conseguiu fazer um trecho com acessibilidade: 400 metros têm adaptações para deficientes físicos e visuais, que chegam até um local onde podem fazer o avistamento da área alagada da reserva e da área reflorestada”.

A coordenadora da REGUA esclareceu que as áreas alagadas são muito ricas porque drenam nutrientes que vêm das montanhas quando chove. “Tem muitas aves e peixes, uma diversidade muito grande”.

Já o jardim sensorial, para deficientes visuais, tem uma programação diferenciada, que destaca a parte de audição, com a biodiversidade e o canto das aves.

Nos dois últimos anos, 4.102 estudantes percorreram a trilha, depois de ouvirem uma palestra e verem fotos antigas do local. Até 2005, a trilha era um local de pasto de animais.

“Era uma área desmatada. A gente tenta resgatar no estudante a esperança e a possibilidade de ele acreditar que, ao mesmo tempo em que o homem destrói a natureza, ele também pode fazer ações positivas em prol do meio ambiente”, destaca Tatiana

O Projeto Guapiaçu Grande Vida (GGV) capacitou 45 monitores ambientais no município de Cachoeiras de Macacu. Uma das monitoras tem baixa visão. “Quando há algum evento na reserva, eles estão nos acompanhando e falando sobre o projeto”.

Importância

O município Cachoeiras de Macacu se destaca no estado por suas áreas protegidas e também pela importância como fornecedora de água para outras cidades.

Na porção leste da Baía de Guanabara, o projeto GGV contribui para o fortalecimento do ecossistema da bacia Guapi-Macacu por meio da restauração ecológica e da educação ambiental. Essa bacia é considerada estratégica para o abastecimento hídrico de mais de 2,5 milhões de habitantes na região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Com 15 anos de existência, a ONG atua na conservação da Mata Atlântica da alta bacia do Rio Guapiaçu.

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