Faltam investimentos públicos e privados em inovação, dizem especialistas
Irecê Kauss acrescenta que tanto o setor público quanto a iniciativa privada colocam poucos recursos em ciência e tecnologia (Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
Representantes de instituições financeiras explicaram, nesta quarta-feira (16), em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, como se dá o financiamento o setor de pesquisas em inovação.
Desde bancos de desenvolvimento regional, como o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia, até instituições como o 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3), a 💥️Caixa Econômica e o 💥️BNDES, todos têm linhas de crédito específicas para o setor. Beneficiam agricultura, indústria, comércio e serviços, empreendimentos de grande e pequeno porte, na maioria das vezes para a compra de máquinas e equipamentos mais modernos.
Segundo a chefe do Departamento de Produtos e Inovação do do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Irecê Kauss, o Brasil está em 66º lugar no Índice Global de Inovação, um ranking anual que mede a capacidade dos países em inovar.
O Banco do Nordeste, por exemplo, usa recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que recebe 1,8% da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Renda. Como o dinheiro é garantido pela Constituição, não há contingenciamento. O banco investe, por exemplo, em ✅hubs de inovação, centrais que já existem em Fortaleza e Salvador e que abrigam as chamadas startups, pequenas empresas focadas em inovação. O presidente da instituição, Romildo Rolim, desmistifica a ideia de que se trata de algo grandioso e complicado.
“São processos produtivos às vezes mais simples, mas que dão melhor produtividade e que fazem com que aquele crédito seja sustentável e que o cliente venda melhor, venda mais, consolide o seu produto, a sua cadeia de produção e de venda, e que aquela cadeia produtiva se consolide dentro de um nicho de mercado específico”, explicou.
Fundo perdido
Os representantes dos bancos públicos reclamaram que faltam mais linhas de crédito a fundo perdido, aquelas em que o tomador do empréstimo não tem uma contrapartida imediata. Isso porque investimentos em inovação demandam recursos altos e têm um grande risco econômico. Irecê Kauss acrescenta que tanto o setor público quanto a iniciativa privada colocam poucos recursos em ciência e tecnologia.
“Investimos pouco, o governo investe mais do que as empresas privadas, então precisamos investir mais mas as empresas privadas também precisam. Daí o papel do financiamento à inovação e dos bancos públicos, de empurrarem essa fronteira de “apetite ao risco” dos investimentos privados.”
Planejamento e direcionamento
Presente à audiência pública, a deputada Luiza Erundina (Psol-SP) cobrou do governo um Plano Nacional de Desenvolvimento, para nortear os investimentos em inovação. Já o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) sugeriu que se aproveitasse a rede formada por universidades federais, estaduais e institutos federais de educação para direcionar esses investimentos.
“Deveríamos criar um ambiente para que cada um desses campi universitários que já estão na grande maioria das cidades brasileiras atuassem localmente a partir da realidade local, a partir das condições das economias locais, das condições do turismo local”, apontou Lippi.
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