Ibama diz que não sabe quanto óleo ainda falta chegar às praias
Eduardo Bim disse ainda que manifestações e previsões sobre o assunto não estão fundadas em bases técnicas (Imagem: Felipe Brasil/Fotos Públicas)
O presidente do 💥️Ibama, Eduardo Fortunato Bim, disse aos parlamentares da Comissão de 💥️Minas e Energia da Câmara dos Deputados que o governo está atuando desde o dia 2 de setembro na investigação e no recolhimento da mancha de óleo que atinge as praias nordestinas. Ele explicou que a mancha navega de maneira errática, indo e voltando, e não é possível saber se o processo está no fim ou não.
“Identificar a origem dessa fonte de óleo é fundamental para o trabalho de emergência, porque a gente não sabe se está numa ascendente ou numa descendente no aparecimento do óleo”, informou.
Eduardo Bim disse ainda que manifestações e previsões sobre o assunto não estão fundadas em bases técnicas, devido ao desconhecimento sobre a origem do óleo. “Não temos a volumetria desse óleo. Está muito errático, não tem modelo para isso. É uma situação inédita. ”
Segundo o presidente do Ibama, já foram recolhidas 900 toneladas de óleo. A força-tarefa do governo envolve também a Marinha, a 💥️Petrobras (💥️PETR4)e a Força Aérea.
Comissão de Minas e Energia ouviu autoridades responsáveis pela força tarefa para limpeza das praias (Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
Reforço militar
Nesta segunda-feira (21), o presidente da República em exercício, 💥️Hamilton Mourão, disse que 5 mil militares do Exército vão reforçar as ações de limpeza nas praias nordestinas.
No momento, de acordo com o presidente do Ibama, a resposta é monitorar a costa com aviões e drones e recolher rapidamente o óleo quando ele aparece. Ele ressaltou que as pessoas não devem manipular o óleo sem proteção, porque o produto é nocivo.
Eduardo Bim disse ainda que a navegação da mancha abaixo da superfície da água dificulta o uso de barreiras de contenção, porque o óleo, por ser pesado, mais parecido com um piche, passa por baixo delas.
Alexandre de Faria, contra-almirante da Marinha do Brasil, esclareceu que, por não ser visível em alto mar, o óleo não pode ser recolhido por navios antes de chegar às praias. “Importante dizer que esse óleo não se dissemina na superfície e isso dificulta e mesmo impede a detecção por imagem de satélite e por esclarecimento aéreo”, afirmou.
Faria disse também que as manchas aparecem muito próximas à costa, onde é difícil e até perigoso para os navios atuarem. “Ainda assim, alguns navios da Marinha e da Petrobras conseguiram fazer recolhimento no mar, próximo à costa, antes que ela tocasse a praia.”
Pedro Lupion busca solução para pescadores prejudicados com a poluição da água (Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
Óleo estrangeiro
O contra-almirante ressaltou mais uma vez que o óleo não é produzido no Brasil e que as hipóteses são de acidente numa transferência entre navios, naufrágio, derramamento acidental e derramamento intencional. Ele contou que, no momento, as equipes estão atuando mais em Sergipe e em Pernambuco e que não é possível saber se a mancha ainda vai descer pelo litoral mais ao sul.
Margareth Bilhalva, da Petrobras, disse que a empresa já mobilizou 2.500 pessoas no trabalho de recolhimento e estudo do óleo. Ela explicou que foi feito um trabalho específico para preservação do peixe-boi em Alagoas. Eduardo Bim, do Ibama, complementou que o arquipélago de Abrolhos não foi atingido.
Alexandre de Faria, da Marinha, disse que barris da 💥️Shell encontrados em Sergipe tinham traços da mancha, mas isso pode ser pelo contato com ela e não por estarem diretamente relacionados com o caso. Ele explicou que as investigações estão sendo feitas em parceria com outros governos, porque a origem do problema deve ser em águas internacionais.
Raphael Moura, da Agência Nacional de Petróleo, disse que o grande volume de óleo indica que o evento que causou o desastre ambiental deve estar fora de parâmetros regulatórios.
Um dos autores do pedido para a realização da audiência sobre a contaminação de praias nordestinas por óleo vindo pelo oceano, o deputado Pedro Lupion (DEM-PR) criticou as organizações ambientalistas, que, segundo ele, deveriam estar ajudando mais neste momento de crise. Ele informou que está em contato com o governo para verificar o que pode ser feito pelos pescadores prejudicados com a poluição da água.
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