Rodolfo Amstalden: Para ganhar com os IPOs que se avizinham
Rodolfo Amstalden comenta sobre o ciclo de IPOs no Brasil (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
💥️Por Rodolfo Amstalden, da Empiricus Research
Todos estamos ansiosos por mais um ciclo de 💥️IPOs no Brasil, a exemplo das cem estreias durante os anos dourados de 2004 a 2007.
Em particular, a fase inicial do ciclo merece um carinho maior; dormir no ponto custa caro.
O início do ciclo dá vazão à fila represada de empresas boas, preparadas há algum tempo, e que estavam apenas aguardando o mercado reabrir.
Em 2004, algumas dessas foram 💥️Natura, 💥️CPFL, 💥️Grendene, 💥️Porto Seguro, 💥️Localiza, 💥️Energias do Brasil e 💥️Cosan.
Já ao fim do ciclo, com a porteira escancarada, passa boi, passa boiada.
Em 2007, a galera aplaudiu os debutes de PDG, 💥️Banco Pine, Sofisa, 💥️Triunfo, General Shopping, BicBanco, 💥️Tenda, 💥️Marisa, Agrenco…
Como intuímos que vem aí um novo ciclo, a partir de 2023?
Não sabemos, não há como prever ao certo. Mas podemos recorrer a alguns bons indicadores antecedentes.
Tipicamente, a Bolsa dá uma recuperada, convocando o abre-alas dos follow-ons, para logo depois despertar os IPOs.
Se é o caso, não restam dúvidas sobre o largo prenúncio contido nos mais de 30 follow-ons dos últimos meses, com operações para todos os gostos, de R$ 50 milhões a R$ 1 bilhão.
Aliás, follow-ons são também fontes de oportunidades?
Curioso como, simbolicamente, os IPOs representam o novo, enorme ganho a descobrir, enquanto follow-ons carregam a imagem menos excitante de um senhor necessitado passando o chapéu.
Na prática, porém, dinheiro não tem carimbo. Tudo depende do que vai ser feito com a grana do follow-on.
As maiores oportunidades de crescimento exponencial — lapidar o diamante bruto — talvez estejam de fato escondidas em alguns (raros) IPOs.
Em compensação, o dinheiro do follow-on tem mais chance de entrar no bolso de uma empresa madura, calejada, pronta para investir com a disciplina de segunda viagem.
Com os follow-ons, só tome cuidado para não se deixar seduzir pelo “endowment effect”, pois tendemos a avaliar o que já é nosso sob um múltiplo daquilo que não possuímos, e odiamos a sensação de sermos diluídos.
Sujeito não vende o vinho que tem na adega por menos de mil reais, mas não compraria outro igual por mais de quinhentos.
Sujeito guarda para sempre a caneca maravilhosa que ganhou, mas não pagaria um real para adquirir uma caneca merda como aquela.
Por isso, quando aparece o direito na sua custódia, preço de subscrição abaixo do mercado, ótimo, costuma valer a pena, sim.
No entanto, pense também naquele follow-on como se fosse um IPO.
Direito não é dever de subscrição.
E para o ciclo de IPOs que se avizinha, nenhuma estratégia me soa melhor do que o Memento Mori que publicamos no Palavra do Estrategista.
Deixemos a chuva limpar o sal de nossas lágrimas apimentadas.
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