Animais para reposição de boiada encareceram e sumiram

Boi

Animais jovens são muito valorizados na reposição pela alta do boi gordo e baixa oferta (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Tem muito produtor da recria e engorda que está correndo atrás de animais para a reposição e correndo atrás dos preços. Com as águas chegando vão precisar de bois para completar lotação das pastagens e fazer girar o ciclo da pecuária. E em algumas regiões muitos estão atrasados.

Com o boi subindo todo dia, o que vem atrás também é reajustado, agravado pela falta de oferta. “Está todo mundo atrás e os grandes confinamentos estão mais agressivos e pagando o que pedem”, avalia Juca Alves, de Barretos (SP).

Para dezembro, com o Norte de São Paulo podendo ver um boi a R$ 200,00/@, a situação deverá ficar mais difícil, avalia o produtor, que tem comprado tudo que aparece, seja boi magro ou bezerro.

E como muda toda hora, falta referência. Um bezerro bom, pode ir da máxima de R$ 1,8 mil ao piso de R$ 1,6 mil, enquanto um boi magro para ser terminado, produto raro, não sai por menos de R$ 200,00. Isto é, a @ do boi gordo de amanhã vale mais que do boi gordo de hoje.

“O Brasil mata mais (com as exportações) do que sua capacidade de gerar animais, inclusive porque se abateu e continua abatendo muita vaca”, explica Juca Alves, que teme pelo pior em 2023.

A situação é generalizada no Brasil, a ponto de na região de Coxim, próxima ao Pantanal do Mato Grosso do Sul, as pastagens ainda estão muito ruins nas partes mais altas, e faz com que “quem tem para vender, está sentado em cima”, brinca Júnior Sidoni, pecuarista de ciclo completo, mas que tem que sair comprando a reposição para completar suas necessidades.

Bezerro a R$ 1,5 mil a cabeça é negócio comum por essas bandas de Coxim e o boi magro chegando próximo ao R$ 160,00 por @.

Nas fazendas de Sidoni ainda as chuvas estão sendo regulares, o que garante suporte de pastos, mas ele precisou rodar mais de 350 kms atrás de animais para reposição, e avalia que em dezembro o cenário poderá ficar pior para o balanço de produção de boi.

Mais de 1,2 mil kms ao Norte de Coxim, em Alta Floresta, no Mato Grosso, o diretor da Marca 40, Carlos Eduardo Dias, vendeu um lote de bezerros em leilão na semana passada a R$ 7,30 o kg/vivo, “agora já se vê negócios a R$ 7,50 e caminhando para R$ 8,00”, diz o produtor, fornecedor de animais para os invernistas e confinadores na região Norte do maior estado produtor de boi.

Na média, portanto, um animal de bom padrão como o da marca de Dias, de 200 kg, está entre R$ 1,5 e R$ 1,6 mil. Ele lamenta que ainda está longe dos criadores dos países vizinhos, que, segundo ele, comercializam um animal semelhante a R$ 2 mil.

“É um excelente momento para quem está na cria e para que precisa comprar, não pode perder oportunidade diante da tendência de alta”, complementa ele, lembrando que no Mato Grosso os confinadores vão perder a competição pelo milho para as empresas de etanol de milho. E a alimentação em curral deverá se concentrar em DDG (subproduto da fabricação do biocombustível de milho).

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