Antiga realeza do aço, Thyssenkrupp vende ativos para sobreviver
Declínio do império Thyssenkrupp é motivo de preocupação para políticos que veem a situação da siderúrgica como um presságio do que pode ocorrer com a economia alemã (Imagem: Krisztian Bocsi/Bloomberg)
Nas margens do rio Ruhr, que atravessa o coração industrial da 💥️Alemanha, há um vasto parque ornamental com jardins bem cuidados e árvores exóticas. No centro, uma mansão neoclássica com telhado verde-cobre e pilares gregos se destaca: a Vila Huegel, a antiga residência do magnata do aço Alfred Krupp.
Vila é um nome impróprio & o lugar é mais um palácio do que uma residência. Existem salas de biblioteca com painéis de madeira, elaboradas tapeçarias flamengas e lustres brilhantes pendurados nos tetos.
A mansão é uma homenagem à riqueza e status de Krupp como líder da revolução industrial da Alemanha no século XIX. Se o vale do Ruhr fosse a casa de máquinas da 💥️economia, a Vila Huegel seria sua ponte de comando.
Hoje, a Vila Huegel é um mausoléu de uma época passada. O famoso nome Krupp foi dobrado no “portmanteau” das dinastias de aço Thyssen e Krupp durante a fusão em 1999.
Antes em pé de igualdade com gigantes de engenharia alemãs como Siemens e Daimler, a situação da Thyssenkrupp espelha a desaceleração da economia alemã e erros de gestão, que obrigam a empresa a vender unidades para tapar buracos no 💥️balanço.
O declínio do império Thyssenkrupp é motivo de preocupação para políticos que veem a situação da 💥️siderúrgica como um presságio do que pode ocorrer com a economia alemã, que até agora se apoiou em um mercado de trabalho bem remunerado.
Declínio
“Este princípio básico da economia de mercado social sempre foi particularmente pronunciado na Thyssenkrupp”, disse o ministro do Trabalho alemão, Hubertus Heil, do Partido Social-Democrata, que viu sua relevância diminuir de maneira semelhante com a transição a Alemanha, que no passado foi marcada por setores com ampla mão de obra que formaram sua base 💥️política.
Crescente crise na Thyssenkrupp alinha cada vez mais os interesses de investidores e trabalhadores (Imagem: Facebook da Thyssenkrupp )
“A responsabilidade social não deve ser sacrificada pelos interesses dos 💥️investidores de curto prazo no valor de 💥️mercado da ação.”
A crescente crise na Thyssenkrupp alinha cada vez mais os interesses de investidores e trabalhadores: a empresa precisa de dinheiro para pagar pensões e sobreviver.
A fundação, que administra a Vila Huegel e é uma grande parte interessada, depende de dividendos para cobrir os gastos, que incluem subsídios à pesquisa, bolsas de estudo culturais e manutenção da bem cuidada propriedade.
Executivos de Essen atualmente conversam com os interessados no ativo mais valioso da Thyssenkrupp: a divisão de elevadores, uma unidade avaliada em 15 bilhões de euros (US$ 16,56 bilhões) que atraiu o interesse de várias 💥️empresas.
Divisão de chapas grossas & sucessora das siderúrgicas Krupp também está no programa de desinvestimentos
A siderúrgica também pretende vender as operações de componentes automotivos, onde os lucros caem devido ao agravamento da crise do setor na Alemanha. A divisão de chapas grossas & sucessora das siderúrgicas Krupp que fortificou os tanques e navios de guerra de Adolf Hitler & também está no programa de desinvestimentos.
‘Tendência descendente’
“Esta é a continuação de uma tendência descendente iniciada após a Segunda Guerra Mundial”, disse Albrecht Ritschl, professor de história econômica da London School of Economics.
“A indústria pesada da Alemanha nunca foi totalmente viável nas condições do mercado mundial, devido à sua localização no topo de regiões carboníferas que eram abundantes, mas caras de explorar.”
Juntamente com a dívida, as ignomínias da outrora gigante continuam se acumulando: a empresa foi excluída do 💥️índice DAX da Alemanha em setembro e substituída pela fabricante de turbinas de jatos MTU Aero Engines.
Empresa foi excluída do índice DAX da Alemanha em setembro (Imagem: Reuters/Staff)
É uma saída emblemática de como o futuro industrial da maior economia da Europa está nas mãos de empresas de alta 💥️tecnologia e margem elevada, em vez de siderúrgicas.
A crise colocou a empresa na mira de investidores ativistas que pressionam por mudanças. A sueca Cevian Capital é a segundo maior acionista por trás da fundação.
Uma porta-voz da Thyssenkrupp fez referência a uma declaração da CEO Martina Merz em setembro, quando disse que a empresa continuaria com seu realinhamento estratégico, buscando recuperar a confiança dos investidores.
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