Os 7 pontos fracos dos bancões brasileiros que a XP vai atacar, após o IPO

Sede da XP Investimentos

Sem trégua: XP já mapeou as fragilidades dos grandes bancos do país (Imagem: XP Investimentos/Divulgação/Facebook)

Entre as 354 páginas de documentos entregues pela 💥️XP Inc. às autoridades americanas para realizar sua oferta pública inicial de ações (💥️IPO, na sigla em inglês), estão análises detalhadas dos principais pontos fracos dos grandes 💥️bancos brasileiros, apontados como concorrentes diretos pela controladora da 💥️XP Investimentos.

São essas brechas que a XP pretende atacar, usando, como munição, a montanha de dinheiro que pretende captar com a emissão de ações na 💥️Nasdaq, a bolsa eletrônica dos 💥️Estados Unidos.

Entre as instituições citadas nominalmente como rivais na papelada entregue pela XP, estão os cinco maiores bancos brasileiros: 💥️Itaú Unibanco, 💥️Bradesco, 💥️Banco do Brasil, 💥️Caixa Econômica Federal e 💥️Santander.

A XP também lista concorrentes de menor porte, que disputam mercado em determinados segmentos, como Guide Investimentos, 💥️Modalmais, 💥️Genial Investimentos, 💥️Easyinvest, 💥️Nova Futura, 💥️Inter DTVM e 💥️BTG Digital.

No prospecto da oferta, a XP lista sete problemas estruturais dos bancos brasileiros, que, na sua avaliação, “criam ineficiências de mercado e oportunidades para disrupturas”. Ou, bem bom português, os vacilos dos bancões tradicionais que serão explorados pela companhia após seu IPO. Veja quais são.

💥️1. Elevada concentração de mercado: a XP cita um relatório publicado neste ano pela consultoria Olyver Wyman, que atualiza o que o mercado já está careca de saber – os cinco maiores bancos do país (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil) concentram brutalmente o mercado.

Apenas para citar um exemplo, a XP lembra que, dos R$ 8,6 trilhões em ativos sob gestão de instituições financeiras, 93% estão nas mãos desse grupo.

“Acreditamos que essa concentração cria ineficiências concretas no mercado, que proporcionam oportunidades significativas de disruptura, desintermediação e novos modelos de negócio”, afirma a XP, nos documentos entregues à SEC (o equivalente americano à CVM).

💥️2. Estruturas pesadas, burocráticas e focadas em ativos: outra fragilidade dos bancos tradicionais, segundo a XP, é a sua pesada infraestrutura, com grandes redes de agências físicas, centenas de milhares de funcionários, processos burocratizados e plataformas tecnológicas ultrapassadas e segregadas.

Para a XP, todo esse peso leva os grandes bancos a perder tempo e energia administrando operações internas, empurrar produtos próprios para os clientes, em vez de opções melhores, e preservar seu próprio status quo.

Itaú Unibanco

Mamutes: necessidade de gerenciar agências físicas engessa bancos tradicionais, diz XP (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

💥️3. Leque limitado de produtos financeiros: a concentração de mercado tira, dos clientes, a chance de escolher mais e melhores produtos e serviços. Segundo a XP, as plataformas dos bancões operam em “looping”, deixando o cliente refém de produtos desenvolvidos pelas próprias instituições, o que eleva as taxas e reduz a rentabilidade.

💥️4. Promoção de produtos financeiros ineficientes: novamente, a concentração bancária leva os líderes de mercado a divulgarem produtos e serviços pouco atraentes, de acordo com a XP, como os CDBs e a poupança. “Acreditamos que a oferta contínua desses produtos não atende aos melhores interesses dos investidores, mas eles continuam gerando elevadas taxas aos bancos tradicionais”, diz o documento.

💥️5. Altos custos e spreads: a XP atribui esses problemas a três fatores. O primeiro a grande restrição das plataformas dos bancos, que oferecem poucos produtos financeiros aos clientes, sobretudo os criados pelos próprios bancos. O segundo é a ênfase em produtos que oferecem pouca rentabilidade, como a poupança. O último é a pesada infraestrutura dos bancos, o que eleva seus custos.

💥️6. Pobre prestação de serviços aos clientes: a pouca competição entre os grandes bancos acarreta, segundo a XP, má qualidade no atendimento aos consumidores. Com isso, os bancos tradicionais não conseguem focar nas necessidades diárias dos clientes, lhes proporcionar uma experiência completa e busca novas formas de adicionar valor ao negócio.

💥️7. Baixa penetração do mercado de dívidas: para a XP, o mercado brasileiro de dívidas é pouco desenvolvido, quando comparado com o de lugares como a Europa e os Estados Unidos. A implicação é a baixa emissão de produtos de renda fixa baseados em títulos privados.

Segundo a XP, os grandes bancos se aproveitam da concentração do mercado de crédito para induzir os clientes a comprarem produtos vendidos pelas suas próprias gestoras. “Acreditamos que isso limita o total de crédito disponível no mercado e alimenta um ambiente de altos custos, devido à competição restrita”, afirma a instituição em seu prospecto.

Confira o prospecto do IPO da XP Inc.

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