Fixar limite para cheque especial é decisão técnica, diz Campos Neto
Segundo Campos Neto, existem fatores que fazem com que essa medida tenha profundo embasamento técnico (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente do 💥️Banco Central, 💥️Roberto Campos Neto, disse hoje (2) que foi “técnica” a decisão fixar limite máximo de 8% ao mês para os juros cobrados sobre o cheque especial.
“Fizemos medida direcionada ao cheque especial, que foi altamente embasada em questões técnicas, não tem qualquer tipo de influência e já vinha sendo discutida com os bancos”, disse ele durante almoço de fim de ano promovido pela 💥️Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Segundo Campos Neto, existem fatores que fazem com que essa medida tenha profundo embasamento técnico. “Primeiro, [o cheque especial] é um produto altamente inelástico, cuja formação de preço estava muito desconectada do custo marginal. Há a questão de que quem paga mais é quem tem renda menor.” Ele negou que tenha havido qualquer tipo de ingerência ou de tabelamento do produto.
Em nota divulgada no dia 28 de novembro, a Febraban criticou a fixação do limite de 8% ao mês para os juros do cheque especial, dizendo que é preocupante “a adoção de limites oficiais e tabelamentos de preços de qualquer espécie”.
De acordo com a federação, medidas para eliminar custos e burocracia e estimular a concorrência são sempre mais adequadas aos interesses do mercado e dos consumidores.
Campos Neto disse que o movimento atual do câmbio, de desvalorização do real frente ao dólar, pode ter origem na decisão das empresas de adiantar o pagamento de dívidas em dólar (Imagem: Reuters/Guadalupe Pardo)
Campos Neto reforçou ainda que o câmbio no país é flutuante e que a autoridade monetária só atua quando tem alguma disfunção.
Ele disse que o movimento atual do câmbio, de desvalorização do real frente ao dólar, pode ter origem na decisão das empresas de adiantar o pagamento de dívidas em dólar, mantendo a dívida local, e relacioado também com a frustração pelo leilão de cessão onerosa, que teve baixa participação de estrangeiros.
Para o presidente do Banco Central, outra razão seria a saída de investidores que estavam alocados em renda fixa, que era muito atraente no passado. Isso gera saída dos investidores especulativos do país, mas abre espaço para a entrada de um fluxo real de recursos, explicou.
Campos Neto disse ainda que o BC espera um “fluxo grande para entrar na parte real” no ano que vem, principalmente nas áreas de saneamento e logística”.
O presidente da Febraban, Murilo Portugal, falou sobre o mutirão de renegociação de dívidas com bancos, que teve início hoje no país (Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil)
“E é importante avançar com uma medida que já temos e está pronta, parada na 💥️Receita Federal, que deve ser aprovada nas próximas semanas, que é para os investidores estrangeiros investirem no país a longo prazo.”
Mutirão
O presidente da Febraban, Murilo Portugal, falou sobre o mutirão de renegociação de dívidas com bancos, que teve início hoje no país.
Ele destacou que, no mutirão, que abrangerá todo o país, mais de 260 agências ficarão abertas duas horas a mais por dia. “Além disso, os clientes vão poder acessar os sistemas de computação dos bancos e o ✅site 💥️consumidor.gov.br.”
Murilo Portugal ressaltou que as condições de crédito para a renegociação das dívidas dependem de cada banco, mas são atrativas. “As condições, cada banco define a sua, mas são muito mais favoráveis.” Portugal lembrou que os clientes dos bancos que forem renegociar suas dívidas receberão dicas sobre educação financeira.
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