Banqueiro que ouvia música alta em aviso prévio briga por bônus

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A disputa ocorreu nesta semana no tribunal trabalhista de Paris (Imagem: Reuters/Gonzalo Fuentes)

A Edmond de Rothschild Corporate Finance diz que um ex-membro do conselho que está processando a empresa para recuperar bônus levou um potencial cliente e tocou música alta no escritório para evitar trabalhar no período de aviso prévio quando pediu demissão.

A disputa ocorreu nesta semana no tribunal trabalhista de 💥️Paris.

A advogada de Christian Menard, um veterano com 16 anos no banco, disse que a empresa reteve injustamente os pagamentos diferidos de 2014 a 2016 no valor de mais de 250 mil euros (US$ 277 mil), bem como os bônus de 2017 depois que o executivo renunciou em maio daquele ano.

O advogado do banco tem uma história diferente.

Ele disse que Menard estava com pressa de sair da Edmond de Rothschild sem ter que cumprir o aviso prévio depois que negociou para assessorar a Naxicap Partners em uma venda de ativos para que ele pudesse levar o cliente ao começar a trabalhar para a rival Canaccord Genuity.

“Não conseguindo o que queria, Menard chegou ao banco em 6 de junho de 2017, com alto-falantes e um sistema de som e colocou a música nas alturas”, disse o advogado Nicolas Serre. “É nessas condições que a empresa concordou em dispensar Menard de trabalhar no período de aviso prévio, para ter um pouco de paz e sossego.”

O advogado disse que compartilhou com o painel do tribunal vários e-mails de colegas que se queixaram de não conseguirem trabalhar por causa do volume alto.

Revanche

Profissionais de bancos de investimento recorrem rotineiramente a tribunais trabalhistas especializados para recuperar bônus, mas é raro ver ex-empregadores se oporem, buscando uma indenização ainda maior.

A Edmond de Rothschild diz que Menard deve ao banco 1,15 milhão de euros para compensar as comissões de consultoria perdidas que a Naxicap pagaria pela venda de um atacadista de alimentos orgânicos por 150 milhões de euros.

Serre chegou a detalhar a estrutura de comissões que a Edmond de Rothschild havia negociado com a Naxicap: 800 mil euros para uma venda entre 140 milhões e 145 milhões de euros e 7% a mais para qualquer valor acima disso.

Para defender seu argumento, o advogado disse que o banco descobriu que Menard havia transferido uma apresentação confidencial destinada à Naxicap para seu endereço de e-mail pessoal.

Representantes da Edmond de Rothschild não quiseram comentar, enquanto a Naxicap não respondeu a ligações e e-mails. Menard se referiu aos argumentos utilizados por sua advogada, Julie Chevalier Carriou, que rejeitou as afirmações do banco. Uma decisão no caso está prevista para 2 de março.

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