Copom vai reduzir Selic para 4,5%, mas economistas divergem sobre próximos passos
Para 2023, os economistas divergem da projeção da taxa Selic para o final do que vem (Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)
💥️ysoke.com & O 💥️Comitê de Política Monetária (Copom) do 💥️Banco Central vai reduzir a taxa básica de juros – 💥️Selic – para o menor nível da história recente, de 5% para 4,5% ao ano, na última reunião do ano do colegiado, que começou nesta terça-feira.
Esta é a avaliação de economistas consultados pelo 💥️ysoke.com Brasil. Mais um corte de 0,50 ponto percentual dá prosseguimento à flexibilização da política monetária iniciada em julho, quando houve a redução de 6,5% para 6% da taxa básica de juros.
Em relação aos próximos passos da política monetária, não há unanimidade na análise dos especialistas. “Nove entre dez economistas veem fim do ciclo [com a taxa Selic] entre 4-4,5% [ao ano]”, afirma José Pena, economista-chefe da Porto Seguro) Investimentos, que vê espaço de uma redução adicional de 25 pontos-base no encontro seguinte em fevereiro.
“Há novas informações relevantes [que não estavam à disposição na última reunião]”, avalia André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, sobre a atividade econômica mais forte, um choque de oferta que pressionou o índice de preços em novembro, a alta do dólar e as dificuldades de avanço das reformas após aprovação das novas regras previdenciárias pelo Congresso.
O movimento recente destas variáveis em relação à reunião de outubro deve influenciar na avaliação do Copom para as reuniões seguintes, com alguma sinalização incluída no comunicado & embora este ponto tampouco seja consenso entre os analistas.
Para 2023, os economistas consultados pelo 💥️ysoke.com divergem da projeção da taxa Selic para o final do que vem, que varia entre 4,25% e 5% ao ano.
Em relação ao 💥️Boletim Focus na segunda-feira (9), os analistas de mercado consultados pelo Banco Central apostam que o corte de dezembro seja o último do atual ciclo de flexibilização monetária, mantendo-se no patamar de 4,5% ao ano ao longo de 2023.
A taxa de desemprego ficou em 11,6% no trimestre encerrado em outubro, com um total de 12,3 milhões de desempregados (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
Entre as cinco instituições que mais acertam as decisões do Copom, a aposta é de mais um corte em fevereiro de 0,25 ponto percentual, encerrando o ano que vem a 4,25%. Na semana passada, o chamado Top-5 projetava uma Selic fechando 2023 a 4%.
💥️O que justifica o novo corte
A confirmação da sinalização de corte de 50 pontos-base prometida no comunicado da reunião de outubro só não aconteceria se o cenário descrito até a reunião de dezembro não ocorresse
. “Foi exatamente o que aconteceu”, avalia José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. “Há um balanço de riscos favorável e os riscos desfavoráveis devem ter menos pesos”, afirma Luca Klein, analista da 4E Consultoria.
✅PIB
Apesar de o crescimento da economia brasileira ter sido de 0,6% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores – acima da expectativa do mercado & a capacidade ociosa da economia ainda está elevada, tanto de capital como de trabalho. A taxa de desemprego ficou em 11,6% no trimestre encerrado em outubro, com um total de 12,3 milhões de desempregados.
✅Inflação
A aceleração inflacionária tampouco será problema para a autoridade monetária sancionar o corte prometido. “A expectativa é de que o choque sobre alimentos pressione a inflação apenas no curto prazo”, afirma Klein da 4E, apontando que a alta do IPCA de 0,51% em novembro em relação ao mês anterior não deve alterar o comportamento inflacionário que influencie as expectativas futuras de inflação e, consequentemente, a condução da política monetária.
No acumulado em 12 meses, a inflação ficou em 3,3%, abaixo do centro da meta de 4,25% e dentro da margem baixa de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A valorização do dólar ante o real tampouco vai influenciar na decisão de política monetária (Imagem: Reuters/Guadalupe Pardo)
“No regime de metas de inflação não se olha a inflação de curto prazo, mas a esperada no horizonte relevante, entre o fim de 2023 e meados de 2023. Este é o horizonte da política monetária”, diz Lima Gonçalves do Banco Fator, afirmando que a alta dos preços em novembro já era esperada, como a elevação dos preços administrados com os preços de energia elétrica.
“É razoável que no fim de 2023 o choque já tenha feito aniversário e, se não tiver outro choque de câmbio, o IPCA anual vai voltar para 3,5%”, prossegue o economista do Fator, mencionando que o efeito da forte aceleração do preço de proteína animal é limitado na inflação, embora cause queda na renda real e, por conseguinte, redução no consumo.
“Aumento dos juros aqui não reduz demanda de carne na China”, diz Pena da 💥️Porto Seguro (SA:PSSA3) Investimentos. Além de também mencionar o comportamento esperado dos preços de energia elétrica e o efeito limitado da alta da carne, Pena cita que o núcleo de inflação segue comportado.
✅Taxa de câmbio
Já valorização do 💥️dólar ante o real tampouco vai influenciar na decisão de política monetária.
“Presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] disse há 3 semanas que, mesmo com dólar acima de R$ 4,20, uma coisa é taxa de câmbio e outra coisa é taxa Selic”, menciona Lima Gonçalves, que aponta a retomada, pela atual gestão do Copom, da postura de Ilan Goldfajn (antecessor de Campos Neto no comando do Banco Central) durante o choque de preços vistos após a greve dos caminhoneiros e a alta do dólar durante as eleições presidenciais no ano passado.
“Nem por isso aumentou a Selic, como estava na curva de juros no período”, prossegue ao apontar que a curva da taxa futura de juros se aproximou recentemente de um nível em que Copom reverteria a sinalização e não promoveria o corte prometido. A moeda americana era cotada a R$ 3,9909 em 31/10, dia da reunião em outubro, e fechou a R$ 4,1482 nesta terça-feira, alta de 3,74%, com mínima de R$ 3,9638 e máxima, histórica, de R$ 4,2773.
Além disso, o repasse cambial aos preços internos deve ser limitado. “Não deve impactar diretamente devido à elevada capacidade ociosa, mas pode acelerar alguns itens da cesta do IPCA cujos preços são vinculados ao dólar”, analisa Klein da 4E.
A tendência de Diferentemente de Pena, Perfeito da Necton projeta o fim da flexibilização monetária agora em dezembro e início da restrição monetária para o ano que vem. “Não vejo motivo para juro continuar baixo”, diz o economista, que acredita que o Copom verá a atividade econômica se recuperando, sendo o dobro de 2023, mas abaixo do potencial. Isso impactou na melhora da atividade no terceiro trimestre, especialmente aos setores mais sensíveis ao investimento, como construção e Formação Bruta de Capital Fixo (Imagem: Reuters/Bruno Domingos) A tendência de “O ciclo de baixa iniciou em julho e há defasagem do efeito da política monetária sobre atividade”, prossegue Klein, apontando o início da alta da Selic em outubro do ano que vem, com uma alta de 50 pontos-base. Já Lima Gonçalves não observa corte adicional em fevereiro, tampouco início do ciclo de alta no ano que vem. “É previsível que não enxerguem uma alta tão cedo”, diz o economista, especialmente se efetivar a manutenção da Selic em 4,5% em fevereiro. “Cautela vai estar no comunicado agora, vai afirmar que vai avaliar indicadores correntes para tomada de decisão”, prossegue, apostando que o Copom vai manter uma abertura sobre o que fazer na reunião seguinte. o 💥️JP Morgan vê um corte adicional de 25 pontos-base em fevereiro, mas início de alta da Selic a partir da reunião de setembro, subindo a taxa básica em 0,25 ponto percentual (Imagem: Reuters/Dylan Martinez) Outras instituições também projetam continuação da flexibilização monetária nesta reunião de dezembro, com o corte de 50 pontos-base. Como os economistas consultados por 💥️ysoke.com Brasil, a divergência está nos próximos passos. Os economistas do 💥️Goldman Sachs apostam que a queda de 0,50 ponto percentual seguirá o guidance da última reunião do Copom, citando as condições benignas de inflação e o balanço de risco favorável, com as expectativas ancoradas, apesar da recente valorização do Com isso, o Copom deve assinalar que a flexibilização monetária está próxima do fim e sua continuidade vai depender dos dados econômicos, permitindo assim a possibilidade de um corte adicional durante o primeiro trimestre de 2023. Já o 💥️JP Morgan vê um corte adicional de 25 pontos-base em fevereiro, mas início de alta da Selic a partir da reunião de setembro, subindo a taxa básica em 0,25 ponto percentual. O banco projeta Selic a 5% no fim de 2023. Por fim, o banco ING aposta em corte de 50 pontos-base nesta reunião e o início de um prolongado período de acomodação da taxa básica de juros a 4,5% ao ano. A acomodação deve contribuir para acelerar a alta da concessão de crédito já em andamento e aprofundar a recuperação.💥️Projeção de outras instituições
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