Dívida recorde das famílias paulistanas atinge 60,5% em novembro
Os consumidores foram às compras após facilitação de crédito (Imagem: Reuters/Leonardo Benassatto)
O endividamento na capital paulista atingiu 60,5% dos lares em novembro, registrando mais um recorde histórico, com o maior nível desde 2010. O resultado significa que 2,38 milhões de famílias permanecem com algum tipo de dívida.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (💥️FecomercioSP), divulgada nesta sexta-feira (13).
Em relação ao mesmo período de 2018, o levantamento mostra que houve alta de nove pontos percentuais. Na comparação com outubro, a elevação foi de 0,7 ponto percentual.
Apesar da expansão do nível de endividamento, a inadimplência caiu, passando de 22,8% em outubro para os atuais 21,9%. A dificuldade de pagar contas atrasadas ainda está, no entanto, mais alta do que em novembro do ano passado e atinge 862 mil famílias.
O principal tipo de dívida das famílias continua sendo o cartão de crédito (75,5%). Na segunda posição, ficaram os carnês (13,8%), seguidos pelo financiamento de casa (10,9%) e financiamento de carro (10,4%), com praticamente o mesmo percentual.
Segundo a FecomercioSP, com o retorno da liberação de recursos pelas instituições financeiras, os consumidores voltaram a comprar no crédito, inclusive, ampliando os gastos para bens duráveis.
O cenário explica o aumento do uso do cartão e do endividamento em novembro mas, para a instituição, o dado é positivo já que revela movimento da economia e queda na inadimplência.
Segundo a FecomercioSP, com o retorno da liberação de recursos pelas instituições financeiras, os consumidores voltaram a comprar no crédito (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
A pesquisa ainda mostrou que 12% dos entrevistados afirmaram que pretendem obter algum tipo de crédito nos próximos três meses. O dinheiro, segundo pesquisados, será destinado principalmente para a aquisição de produtos (17,6%). Apenas 10,9% disseram que usarão o dinheiro para pagar dívidas.
Para a Federação, com o mercado de trabalho mais aquecido, juros reduzidos e inflação controlada, o parcelamento sem juros se torna uma ótima opção de pagamento, pois o consumidor não precisa se desfazer do seu dinheiro para quitar o produto ou serviço no ato.
A recomendação da FecomercioSP é para que os comerciantes pesquisem quais máquinas de cartão são mais vantajosas diante desse cenário e ajudam a melhorar o giro do fluxo de caixa.
Na visão da entidade, a tendência é de que com o bom desempenho da economia, o crédito continue em expansão. O resultado deve ser a manutenção do endividamento e redução da inadimplência.
A PEIC é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. O objetivo da pesquisa é diagnosticar o nível de endividamento e de inadimplência do consumidor.
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