Brasil adota linha pragmática com China e Arábia Saudita
Aliado de longa data de Bolsonaro, o ministro disse que o Brasil está no caminho de se tornar o motor do crescimento econômico da América Latina (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
O Brasil não permitirá que sensibilidades políticas atrapalhem o bom relacionamento com os principais parceiros comerciais ou potenciais investidores, incluindo 💥️China e 💥️Arábia Saudita, disse o ministro-chefe da Casa Civil do governo 💥️Jair Bolsonaro, 💥️Onyx Lorenzoni.
Aliado de longa data de Bolsonaro, a quem muitas vezes acompanha em viagens internacionais, o ministro disse que o Brasil está no caminho de se tornar o motor do crescimento econômico da América Latina e, portanto, precisa tratar de negócios mesmo com países que têm sistemas políticos e econômicos radicalmente diferentes.
O Brasil espera arrecadar R$ 1,3 trilhão nos próximos anos por meio de leilões de concessões para aeroportos, portos e exploração de petróleo, e também por meio da privatização de empresas estatais, como os Correios.
Mas a política externa passou por uma 💥️guinada desde que Bolsonaro assumiu o poder com a promessa de alinhar completamente o país às políticas dos EUA.
Nos últimos meses, o líder brasileiro trocou 💥️farpas com o novo presidente de esquerda da Argentina e causou alvoroço entre os parceiros comerciais do Oriente Médio com a decisão de abrir um 💥️escritório comercial em Jerusalém.
Lorenzoni: Nosso problema é o seguinte: a Arábia Saudita tem hoje um fundo soberano de bilhões de dólares e o Brasil precisa de investimento (Imagem: Presidência da Rússia)
Em entrevista no palácio do Planalto de Brasília, Lorenzoni minimizou as tensões com o presidente argentino Alberto Fernandez, ao dizer que “as coisas vão se ajeitar” entre as duas maiores economias da América do Sul. Ele também defendeu 💥️relações pragmáticas com a China e Arábia Saudita.
“A China é o nosso maior comprador. Precisa da commodity brasileira, tem dinheiro, expertise e algumas das maiores empresas do mundo, então vamos negociar pragmaticamente”, disse ele.
O mesmo vale para a Arábia Saudita. Lorenzoni rejeitou a ideia de que o 💥️assassinato do jornalista e crítico do governo Jamal Khashoggi por agentes sauditas em 2018 seja um constrangimento na relação bilateral.
“Isso é um problema” do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman “com a sociedade dele, com os organismos internacionais”, disse. “Nosso problema é o seguinte: a Arábia Saudita tem hoje um fundo soberano de bilhões de dólares e o Brasil precisa de investimento.”
A promessa da Arábia Saudita de investir US$ 10 bilhões no Brasil é “só o início” de uma onda de investimentos, principalmente em infraestrutura, disse o ministro. Ele acrescentou que os países estão montando um conselho para decidir o momento dos investimentos, bem como os setores que se beneficiarão deles.
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