Ração: produtores pedem milho americano diante do avanço da demanda também do etanol

Criação de aves em Lapa (PR)

Demanda por rações nas granjas está em alerta diante da oferta curta de milho (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

A indústria de ração animal deixou para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o pedido de simplificação e agilização do desembaraço aduaneiro nas importações de milho dos Estados Unidos. As 10 milhões de toneladas que o setor precisará já entrarão no primeiro trimestre “com contabilidade apertada”,

Se for considerado a sequência de exportações do já expressivo volume de 42 milhões/t até agora, o risco de virar déficit é alto, conforme Ariovaldo Zani, presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Ração Animal (Sindirações). Uma coisa é certa, segundo ele, os preços do produto seguirão em patamares elevados nos três primeiros meses de 2023, mesmo com algum conforto nos estoques de passagem.

Demanda externa e interna ligada na fabricação de alimentos para aves e suínos para os chineses, o que ajudará a gerar alta de 5% na produção de ração brasileira. E agora cada vez mais a busca da commodity para o etanol.

A alternativa do milho argentino, que já é alvo de mobilização ocasional nas importações diretas dos granjeiros de suínos, fica em impasse agora com as ‘retenciones’.

O imposto cobrado nas exportações pelo novo governo, elevando para 9%, ainda gera dúvida sobre se haverá repasse ou não pelos produtores.

O pleito junto ao Mapa, no fim do mês passado, para o milho não-transgênico, ganhou mais sentido de urgência na entidade com o anúncio na última semana do primeiro embarque brasileiro de DDGs (27,5 mil/t), coproduto da produção de etanol de milho, pela Inpasa, de Sinop (MT), uma das mais processadores de biocombustível do cereal.

“Acende uma luz amarela”, informa Zani, com o paralelo: “estamos atentos à evolução da produção de etanol de milho no Brasil e a configuração desse verdadeiro rali: agricultura energética (milho para etanol) versus agricultura alimentar (milho para feed/food)”.

Junto com o milho cada vez mais demandado para o etanol, se a janela exportadora de DDG, aberta agora para uma destilaria inglesa, for seguida por outros, naturalmente vai ser enxugado mais milho da praça.

O número de novos entrantes nesse mercado de produção de etanol de milho é relevante, além dos rumores ainda não confirmados, entre os quais da entrada da Raízen (maior produtora global de etanol e açúcar) e do Grupo Amaggi.

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