Obras da Porto Velho-Manaus, anunciadas por Bolsonaro, soam como música ao agro de Rondônia
Obras anunciadas na Porto Velho-Manaus deve impulsionar economia dos estados (Imagem: Divulgação/Movimento BR-319)
Não há estatísticas sobre a produção agropecuária de 💥️Rondônia que vai para 💥️Manaus ou Itacoatiara, seja para o consumo local, seja para exportação, mas 💥️a notícia dada pelo presidente Jair Bolsonaro de que vai acelerar as obras da BR-319 soou como música aos produtores rurais. O estado é considerado potência emergente no agronegócio, mas o freio do desenvolvimento é justamente o seu relativo isolamento.
Boa parte do que vai para o 💥️Amazonas segue por água, em quantidades pequenas, a menos que se queira enfrentar uma epopeia por terra que, de carro e não de caminhão, não sai por menos de 4/5 dias.
Na contramão, os insumos necessários para a produção agrícola, entre os quais fertilizantes (maioria importado), nem utilizam a rota. Chegam pelos portos do Sudeste e sobem via rodoviária, batendo nas porteiras rondonienses muito mais caro.
“É nesta via de mão dupla, que estamos aguardando há anos com o asfaltamento da rodovia, e agora vamos ficar mais esperançosos”, diz Sérgio Ferreira, presidente da Associação Rural de Rondônia.
Soja, carne bovina, café, peixes e hortigranjeiros seriam as principais cadeias beneficiadas, mesmo com o primeiro trecho de 52 kms ainda para ser asfaltado ao longo do próximo primeiro semestre. Bolsonaro anunciou que o Ministério de Infraestrutura vai aguardar as licenças ambientais do Ibama para licitar o restante dos quase 900 kms que separam as duas capitais.
O potencial maior é para o escoamento da produção para os portos amazonenses do Arco Norte, Itacoatiara e Manaus – ou até Santarém no Pará -, tornando mais competitiva as exportações de Rondônia.
Só em carne bovina, Ferreira, que também é comprador do 💥️Marfrig (💥️MRFG3) de Ji-Paraná, avalia um grande impulso. Hoje o estado possui nove plantas habilitadas para exportação, com potencial explorado apenas pela mercadoria viajando por 💥️Mato Grosso até acessar outros portos. E um plantel de cerca de 14 milhões de cabeças.
Improvável pensar uma carga de carne andando pela BR-319 com grande potencial atoleiro, mesmo fora da temporada de chuvas, centenas de pontes de madeiras com péssima manutenção, vilarejos ao longo da entrada sem infraestrutura – Humaitá, no Amazonas, é o limite do razoável.
Por hidrovia, descendo o Rio Madeira até o Porto de Itacoatiara pode levar quase duas semanas, mesmo nas cheias. E sem capacidade para embarcações de maior porte. “Impraticável”, avalia o presidente da Associação Rural do Estado, que agora deverá reunir os associados, criar um grupo de trabalho, e passar a acompanhar mais de perto as promessas do presidente da República.
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