Contra desastres, China quer controlar produção de suínos como faz nos defensivos
Fusões entre produtores de porcos ajudará no controle de doenças como a PSA (Imagem: Reuters/Yusuf Ahmad)
O plano divulgado por Pequim de estimular fusões e compras de empresas no setor granjeiro de suínos pode ser comparado ao movimento idêntico que se desenrola na cadeia agroquímica. Junto da importância declarada de customizar a produção com ganhos de eficiência, as decisões aconteceram depois de desastres e foram tomadas como necessárias para maior controle do Estado.
No caso da cadeia de químicos para controle de pragas e doenças na agricultura, com o boom das milhares de fabricantes de genéricos ou insumos, a ação do governo veio diante dos níveis de poluição muito alarmantes e do uso de matérias-primas nocivas à saúde humana e proibidas.
Quanto à divulgação de agora, que envolve recursos a serem injetados pelo governo de mais de US$ 7 bilhões, a redução do número de atores, aos milhões, poderá servir de vigilância sobre epidemias como a peste suína africana (PSA) vivenciada desde 2018.
Em conversa com o 💥️Money Times em 2 de agosto passado, o CEO da Companhia das Cooperativas Agrícolas (CCAB-Agro), Jones Yasuda, advertiu que o movimento acionado entre as químicas, iniciado em 2015, ajudou o governo controlar os desafios ambientais, por exemplo, e potencializou a 💥️China como player global. O poderio da gigante ChemChina (Syngenta e Adama, entre outras marcas) veio daí.
“E na China, decida-se e cumpra-se”, disse então Yasuda, que acompanha in loco o mercado chinês com a CCAB-Agro (hoje pertencente à francesa InVivo) atuando como importadora para as cooperativas agrícolas brasileiras.
Vale, portanto, para o setor de suínos. Vai ser enxugado o número de produtores; vai-se melhorar o monitoramento sanitário; e vai-se ganhar com produção mais eficiente de matrizes com os grandes dominando a capilar criação de porcos do país.
E a China, em algum momento, passará a importar menos carne, tanto de porco, com o plantel dizimado em 40% ou mais depois da PSA, quanto de outras origens.
Se com os defensivos, a meta é ganhar dinheiro no mundo, aumentando seu poder concentrador no fornecimento global, com o novo plano para a produção de suínos a meta é fazer o mundo ganhar menos dinheiro com a China.
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