FCStone reduz 1ª safra de milho do Brasil por clima no RS; eleva previsão para soja

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A primeira safra de milho 2023/2020 segundo FCStone, será menor que o esperado pois as chuvas irregulares afetaram a produção (Imagem: Pixabay)

A primeira safra de milho do Brasil 2023/20 será 3,4% menor que o esperado, atingindo 25,75 milhões de toneladas, após o tempo quente e chuvas irregulares afetarem a produção no Rio Grande do Sul, estimou nesta segunda-feira a consultoria e corretora INTL FCStone.

A safra de milho do Rio Grande do Sul agora está estimada em 4,8 milhões de toneladas, queda de 20% ante a previsão anterior, disse a FCStone.

O problema no Rio Grande do Sul, o primeiro Estado a colher milho no Brasil, vem em um momento em que o país enfrenta, neste início de ano, um aperto da oferta após exportações recordes do cereal em 2023, além de um forte consumo interno da indústria de carnes.

A analista Ana Luiza Lodi, da FCStone, disse que a situação é preocupante, “uma vez que vivenciamos um momento de consumo aquecido e preços elevados desta commodity”.

“A região Sul concentra a maior parte da produção de aves e suínos. Existe, nesta e em outras regiões, um alerta em relação à possibilidade de faltar milho ou de este produto agrícola ficar muito caro”, comentou ela, lembrando que a demanda em 2023 foi muito grande e a maior parte do milho entra no mercado somente no segundo semestre do ano, com a segunda safra.

Os preços do cereal estão sustentados e uma oferta menor deve contribuir para esse cenário de preços altos, principalmente até se ter uma ideia mais concreta dos resultados da segunda safra, acrescentou a analista.

A Reuters havia informado na semana passada que as condições climáticas resultaram em problemas para a safra de milho gaúcha, conforme disse o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri.

Com relação à segunda safra, plantada após a colheita da soja, a FCStone fez um ligeiro corte na expectativa, com a previsão passando de 72,1 milhões de toneladas para 71,97 milhões de toneladas.

A consultoria afirmou que “o recuo foi condicionado pela revisão de área em alguns Estados, que apesar de pequena, levou o número do Brasil como um todo a ficar em 13,14 milhões de hectares, nível que ainda configura um recorde”.

Soja

A FCStone ainda elevou a previsão da safra de soja do Brasil 2023/20 para um recorde de 121,76 milhões de toneladas, ante 121,6 milhões de toneladas na estimativa anterior.

Em relação a soja, houve uma valorização, um recorde de 121,76 milhões de toneladas segundo FCStone (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

“Este novo número foi condicionado pela revisão da área plantada no Mato Grosso, que aumentou a área brasileira, alcançando 36,62 milhões de hectares”, disse.

De acordo com Ana Luiza Lodi, em relação à produtividade média para o Brasil, houve estabilidade em 3,33 toneladas por hectare.

“Esse cenário se manteve, apesar de pequenos ajustes para baixo em estados como Maranhão, Tocantins e Piauí.”

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