Empresas pressionam Johnson sobre acordo comercial pós-Brexit
O setor privado do Reino Unido passa por um período difícil desde o referendo de 2016, desperdiçando recursos com estoques e planejamento de contingência à espera de prazos que iam e vinham (Imagem: Facebook)
Depois de se sentirem ignoradas em relação ao 💥️Brexit nos últimos quatro anos, empresas britânicas esperam que a sorte mude em 2023.
Enquanto o primeiro-ministro do 💥️Reino Unido, 💥️Boris Johnson, se prepara para iniciar negociações para um acordo comercial com a 💥️União Europeia, o empresariado do país pretende pressionar por um pacto final que limite qualquer estrago na economia. Em jogo, está o acesso ao maior mercado de exportação do Reino Unido.
“Os ministros precisam trabalhar no mesmo ritmo conosco para acertar nos detalhes”, disse Adam Marshall, diretor-geral das Câmaras de Comércio Britânicas, que representam 75 mil empresas. “O foco deve estar em obter respostas concretas para as questões do mundo real enfrentadas pelas empresas e pela economia.”
O setor privado do Reino Unido passa por um período difícil desde o referendo de 2016, desperdiçando recursos com estoques e planejamento de contingência à espera de prazos que iam e vinham.
A grande vitória de Johnson nas eleições pode ter eliminado a incerteza política no curto prazo, mas ainda há dúvidas significativas sobre o futuro relacionamento com a UE e o que isso significará para as empresas.
Quando Johnson se encontrar na quarta-feira com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o principal negociador da UE, Michel Barnier, em Downing Street para discutir os planos para este ano, as negociações não se concentrarão explicitamente no comércio.
Mesmo assim, é provável que Der Leyen e Barnier reiterem a escolha do primeiro-ministro: ele pode decidir por um alinhamento próximo às regras do bloco de 27 membros & destino de cerca de 45% das exportações britânicas & em troca de um acesso favorável ao mercado ou procurar divergir das normas da UE à custa de criar barreiras ao comércio.
Prazo apertado
Uma das principais preocupações das empresas é o calendário apertado das negociações comerciais. Johnson tem descartado qualquer extensão à fase de transição do Brexit & com término em 31 de dezembro de 2023. Isso significa que o Reino Unido terá menos de 11 meses para fechar um acordo com a UE.
O bloco levou cinco anos para fechar acordos de abertura de mercado com o Japão e com o Canadá e 20 anos para conseguir um pacto com o Mercosul.
“Será uma corrida louca”, disse Anna Jerzewska, especialista em alfândega e consultora independente das Câmaras de Comércio Britânicas. “Não acho que as pessoas entendam o quanto precisamos fazer em um período tão curto de tempo.”
Jerzewska disse que o Reino Unido vai querer realizar uma avaliação de impacto completa do comércio entre o país e a UE antes do início das negociações para saber até onde pode ir. Esse exercício ainda está para acontecer, e o Reino Unido não tem capacidade para fazê-lo rapidamente, disse.
Também é preciso considerar o tempo para a redação jurídica do texto final & um processo potencialmente prolongado, no qual advogados dos países afetados se debruçam sobre o acordo final & e a ratificação pelos estados membros da UE, o que deverá consumir o período de transição de 11 meses.
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