Sidnei Nehme: a intimidade do brasileiro com a inflação jamais pode ser menosprezada
Para colunista, a inflação faz parte da cultura e da memória da população e das práticas de repercussão imediata de comércio (Imagem: Pixabay)
A intimidade da 💥️economia brasileira com a 💥️inflação é algo que jamais pode ser menosprezada, faz parte da cultura e da memória da população e das práticas de repercussão imediata de 💥️comércio, então, permitir que o preço da moeda americana acelere o conteúdo de disfuncionalidade é turbinar o risco de o país ter um retrocesso nos avanços alcançados nos tempos recentes no quesito.
E como sói acontecer nestes casos a retomada do espiral inflacionário se dá de forma mais intensa do que se conseguiu para controlá-la e colocá-la com viés de baixa.
Em tese, “brincar com fogo” no quesito é sempre temerário, pois os preços relativos da economia repercutem em cadeia de forma rápida e irreversível.
A tese “juro baixo dólar alto” pode provocar com a alta do dólar uma sinergia macabra de “juro insustentável baixo com dólar alto” e pode ficar complicado desfazer este nó com impactos inesperados no 💥️IPCA.
Em tese, “brincar com fogo” no quesito é sempre temerário, pois os preços relativos da economia repercutem em cadeia de forma rápida e irreversível (Imagem: Reuters/Mohamed Abd El Ghany)
Há uma queda expressiva de fluxo cambial desde agosto, contudo o 💥️Brasil após sofrer a saída soberba de capitais estrangeiros especulativos face à queda substantiva do juro no país, sem que tenha havido concomitante atratividade compensatória para o refluxo com ingressos de investimentos estrangeiros.
Com qualidade dada a ausência de fatores motivadores, tais como repercussão tardia e da perspectiva de crescimento econômico do país em 2023 e retardamento na implementação do programa de privatização de setores fundamentais de infraestrutura.
Ocorreu, portanto, um interregno entre os fluxos, pois não ocorrendo de forma concomitante causaram demanda intensa frente à oferta diminuta, que foi suprida pelo 💥️Banco Central na forma “neutra”.
Com qualidade dada a ausência de fatores motivadores, tais como repercussão tardia e da perspectiva de crescimento econômico do país em 2023 (Imagem: Unsplash/@judebeck)
Ou seja, provendo liquidez mas operacionalmente sem contundência para equalizar a taxa cambial do país à sua efetiva realidade, levando a consolidação do preço com disfuncionalidade, que denotou ser o interesse da autoridade à época, e pela forma da intervenção dando sustentação à situação.
Ao final do ano o próprio mercado acabou por apreciar o real ante o dólar americano e o colocando na paridade R$ 4,01, tendo o BC desde então não mais promovido leilões “neutros” que dariam sustentabilidade ao preço naquele patamar.
Mas com o retorno à normalidade operacional retomando a demanda ainda sem contraposição da oferta como em perspectiva e com o BC ausente.
Com o retorno à normalidade operacional retomando a demanda ainda sem contraposição da oferta como em perspectiva e com o BC ausente (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
Embora houvesse anunciado que continuaria as intervenções em janeiro, o preço ganhou impulsão de alta e já chega a superar os R$ 4,10, deixando com certa evidência que o preço mais elevado interessa a autoridade monetária.
A atitude tem inúmeros prós e contras, que poderíamos analisar longamente, mas não nos parece que o momento sugira colocar a risco as conquistas recentes no controle do juro e até então da inflação, agora ameaçada pelo resultado do IPCA de dezembro e acumulado no ano, que pode deixar de ser tão pontual (carne) como posto nas análises, e se expandir pelos de principais preços da economia.
As perspectivas de recuperação do fluxo cambial persistem bem como da sensível melhora do fluxo cambial revertendo o quadro negativo recente, o país vem sendo recomendado por grandes instituições financeiras internacionais, mas o cenário não permite deslizes na gestão que possam neutralizar as expectativas.
O país tem a despeito do “gap” negativo no fluxo cambial uma situação absolutamente tranquila no mercado de câmbio, não se justificando a vulnerabilidade presente, que tem fortes sinais de indução especulativa consentida.
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