MPF denuncia Glenn Greenwald e outras 6 pessoas por invadir o celular de Sérgio Moro

Glenn Greenwald

Greenwald foi denunciado pelo crime de associação criminosa (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O 💥️Ministério Público Federal em 💥️Brasília apresentou à Justiça na manhã desta terça-feira uma denúncia criminal contra o jornalista 💥️Glenn Greenwald e outras seis pessoas por envolvimento no cometimento de crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades brasileiras, informou o órgão em comunicado e na íntegra da acusação.

Para o MPF, ficou comprovado que Greenwald, embora não fosse alvo das investigações e nem tenha sido indiciado pela Polícia Federal que apurou o caso, “auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões”.

Em e-mail à Reuters, o jornalista afirmou que a denúncia é uma “tentativa óbvia de atacar a imprensa livre em retaliação às revelações que relatamos sobre o ministro Moro e o governo Bolsonaro”.

O MP acusou os denunciados & que em sua maioria foram presos durante as investigações da 💥️Operação Spoofing, deflagrada pela 💥️Polícia Federal-& e pede a condenação por interceptações telefônicas e de outros aparelhos obtidos de forma ilegal. Com exceção do jornalista, os demais também vão responder pelo crime de lavagem de dinheiro. Greenwald também foi denunciado pelo crime de associação criminosa.

O conteúdo das mensagens foi objeto de uma série de reportagens desde junho do ano passado pelo site editado por Greenwald em colaboração com outros veículos e levantou a suspeita de que procuradores da República e o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, quando atuava como juiz da operação Lava Jato, teriam atuado de forma irregular. Eles negam.

Segundo a acusação, na análise de um computador apreendido com autorização judicial foi encontrado um diálogo entre o jornalista e outro denunciado. A conversa, disse a peça, ocorreu logo após a invasão do celular de 💥️Sergio Moro.

No áudio, segundo o MPF, esse denunciado deixa claro que as invasões estavam sendo realizadas e pede orientações ao jornalista a respeito da possibilidade de “baixar” o conteúdo das mensagem do Telegram de outras pessoas antes da publicação pelo site The Intercept Brasil, comandado por Glenn Greenwald.

“Greenwald, então, indica que o grupo criminoso deve apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito, ‘caracterizando clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos'”, diz o MPF na acusação, ao sustentar que o jornalista, diferentemente da tese por ele apresentada, recebeu o material de origem ilícita, enquanto a organização criminosa ainda praticava os crimes.

O procurador da República no Distrito Federal Wellington Divino de Oliveira, responsável pela denúncia, vai encaminhar cópia da denúncia à Procuradoria-Geral da República a fim de subsidiar eventual pedido de revogação de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que impede investigações contra o jornalista.

Glenn Greenwald

“Não seremos intimidados por essas tentativas tirânicas de silenciar jornalistas”, disse Greenwald (Imagem: Câmara dos Deputados/Vinicius Loures)

No email à 💥️Reuters, Greenwald afirma ainda que a denúncia é também um ataque ao 💥️STF, que determinou em liminar que ele não poderia ser investigado, assim como às conclusões da 💥️Polícia Federal, que não apontaram indício de que ele tenha cometido crime.

“Há menos de dois meses, a Polícia Federal & examinando as mesmas evidências citadas pelo Ministério Público& estabeleceu explicitamente que, não apenas nunca cometi qualquer crime, mas também que eu exerci extrema cautela como jornalista e nunca me aproximei de qualquer participação. Até mesmo a Polícia Federal, sob comando do ministro Moro, disse o que é claro para qualquer pessoa racional: não fiz nada mais do que o meu trabalho como jornalista & eticamente e dentro da lei”, escreveu o jornalista em sua resposta, enviada em inglês.

“Não seremos intimidados por essas tentativas tirânicas de silenciar jornalistas. Estou neste momento trabalhando em novas reportagens e continuarei a fazê-lo”, acrescentou.

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