Bolsonaro descarta elevar imposto sobre cerveja e açúcar após proposta de Guedes
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Paulo Guedes, desculpa, você é meu ministro, te sigo 99%, mas aumento de imposto para cerveja, não (Imagem: Isac Nóbrega/PR)
O presidente 💥️Jair Bolsonaro descartou nesta sexta-feira um aumento da tributação sobre a cerveja e produtos com açúcar, rejeitando possibilidade levantada pelo 💥️ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, que falou na véspera sobre estudos para criação de um “imposto do pecado”.
Em Davos, onde participa do 💥️Fórum Econômico Mundial, Guedes disse que pediu para a sua equipe estudos sobre um 💥️imposto a ser cobrado em bens que fazem mal para a saúde, incluindo cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar.
“Paulo Guedes, desculpa, você é meu ministro, te sigo 99%, mas aumento de imposto para cerveja, não”, disse Bolsonaro em entrevista a jornalistas após desembarcar em Nova Délhi, na Índia, em viagem oficial.
“Não tem como aumentar, não consegue mais aumentar a carga tributária no Brasil. Todo mundo consome algo de açúcar todo dia, não dá para aumentar”, acrescentou.
A ideia sugerida por Guedes é similar a uma medida recente do Reino Unido, onde vigoram desde abril “impostos do pecado” sobre produtos com elevados teores de sal, açúcar e gorduras, com o objetivo de combater a obesidade infantil.
Propostas nesse sentido, porém, enfrentariam óbvia resistência dos setores que poderiam ser taxados.
A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (💥️Unica), associação de investidores do segmento, destacou que publicou artigo neste mês no qual se coloca contra um eventual aumento nos impostos de bebidas açucaradas, em resposta a projeto que tramita no Congresso.
Assinado pelo presidente da Unica, Evandro Gussi, o texto defendeu que “órgãos públicos, em sua atuação, devem respeitar a liberdade das pessoas” e argumentou que uma possível taxa sobre os produtos puniria os mais pobres.
“Os exemplos de sobretaxação do açúcar foram frustrados no México e revogados na Dinamarca, pois o problema não está na oferta de bebidas ou alimentos açucarados, mas no comportamento das pessoas”, afirmou.
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“O problema não está na oferta de bebidas ou alimentos açucarados, mas no comportamento das pessoas”, afirmou o presidente da Unica (Pixabay)
Associações que representam empresas dos setores de bebidas e cigarros — Abrabe e SindiTabaco, respectivamente& não responderam de imediato a pedidos de comentário.
O vice-presidente Hamilton Mourão, que está no exercício da Presidência enquanto Bolsonaro está no exterior, minimizou a controvérsia gerada em torno da ideia de Guedes, ao afirmar que é normal ministros lançarem “balões de ensaio”, e lembrou que a decisão final cabe sempre ao presidente.
“O ministro Guedes está lá fora do Brasil e lançou uma ideia imediatamente rebatida pelo presidente. Vamos lembrar que todos os ministros podem lançar as ideias que eles quiserem. Agora, só tem um decisor: ele se chama Jair Bolsonaro, é o que tem mandato do povo para decidir”, disse Mourão a jornalistas.
“Lançar ideia não faz mal nenhum, é balão de ensaio que está jogado aí, não mata ninguém isso aí. Chifre em cabeça de cavalo isso aí”, acrescentou.
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