Japão considera lançar um iene digital em resposta ao yuan digital da China
O Japão está discutindo bastante sobre o lançamento de uma versão digital de sua moeda soberana, o iene, que seria uma iniciativa conjunta entre o governo e o setor privado (Imagem: Crypto Times)
A cidade de Tóquio está discutindo o lançamento de um iene digital como uma resposta para a ameaça imposta pelo yuan digital da 💥️China e a 💥️Libra do 💥️Facebook.
Uma moeda digital se prepara para a corrida
Legisladores 💥️japoneses planejam apresentar uma proposta ao governo central que irá marcar o início de um processo pelo qual Tóquio poderia emitir uma versão de sua moeda digital.
Em entrevista à Reuters, os legisladores explicaram que, neste momento, estão delineando a proposta e irão apresentá-la ao parlamento antes do fim deste mês.
A iniciativa de estabelecer um iene digital é motivada pelas ameaças emergentes de projetos de moedas digitais como o yuan digital da China e a Libra do Facebook. Os dois projetos foram referenciados por várias jurisdições em todo o mundo.
Muitos acreditam que o tamanho e a influência de um yuan digital ou da Libra poderiam desestabilizar o sistema financeiro global e seriam danosos à soberania de nações em todo o planeta.
O vice-primeiro ministro do Japão acredita que o yuan digital apresentaria um “problema muito sério” para o país (Imagem: Reuters/Toru Hanai)
Taro Aso, vice-primeiro ministro do Japão, reiterou esses receios. Ele afirmou, em janeiro, que o surgimento do yuan digital como um meio de acordo internacional apresentaria um “problema muito sério” para Tóquio. Isso se dá porque o Japão firma transações predominantemente em dólares americanos.
Norihiro Nakayama, vice-ministro parlamentar das Relações Exteriores do Japão, explicou: “China está avançando para emitir um yuan digital, então gostaríamos de propor medidas para combater tais iniciativas. O primeiro passo seria pensar na ideia de emitir um iene digital”.
O grupo de legisladores que estão trabalhando na proposta a ser apresentada no mês que vem é composto de influentes membros de partidos vigentes do parlamento.
Liderado por Akira Amari, ex-ministro econômico, é composto por 70 pessoas do 💥️Partido Liberal-Democrata. O vice-ministro Nakayama também é parte desse grupo.
A colaboração entre grandes bancos centrais pode ajudá-los na compreensão de quais as possíveis aplicações e ameaças de uma moeda digital (Imagem: Freekpik/macrovector)
Uma colaboração
Provavelmente, o iene digital ainda está distante por conta dos desafios técnicos e jurídicos apresentados pela arquitetura constitucional do país asiático. No entanto, a cidade de Tóquio tomou algumas medidas para certificar que permaneça alinhada com o resto do mundo em termos de tecnologia financeira.
Recentemente, o Banco do Japão anunciou sua decisão de participar, com outros 💥️seis bancos centrais do mundo, no compartilhamento de conhecimentos importantes na criação de moedas digitais por conta da ameaça da Libra.
O grupo é composto de bancos centrais do 💥️Reino Unido, da 💥️União Europeia, 💥️Canadá, 💥️Suécia e 💥️Suíça.
O ex-chefe da divisão do Banco do Japão, Hiromi Yamaoka, analisando sistemas de pagamentos e de acordos, explicou: “a decisão mais recente (dos seis bancos centrais) não é apenas para o compartilhamento de informações. Também é uma tentativa de manter a Libra sobre controle”.
O primeiro ministro do Japão afirmou que o governo central quer estudar as criptomoedas para utilizá-la como uma ferramenta para acordos internacionais (Imagem: Facebook/Shinzo Abe)
Além disso, Shinzo Abe, o primeiro-ministro do Japão, contou à legislatura, na última sexta-feira, 31, que o governo central está planejando trabalhar, junto com o Banco do Japão, para estudar moedas digitais com o objetivo final de aumentar o alcance do iene digital como uma ferramenta para acordos internacionais.
O Japão planeja emitir sua moeda digital como uma colaboração entre os setores público e privado.
Takahide Kiuchi, ex-membro do conselho do Banco do Japão, reiterou essa postura: “provavelmente, o Banco do Japão não vai querer fazer nada que reprima a inovação do setor privado. A melhor forma seria emitir uma moeda digital híbrida que seja operada e emitida por empresas privadas com o envolvimento do banco central”.
Ao julgar pelo anúncio recente dos principais bancos centrais e legisladores, parece que 2023 vai se tornar o ano das moedas digitais emitidas por banco central (CBDCs). Ainda veremos como isso afetará o 💥️bitcoin e os amplos mercados de 💥️criptoativos.
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