Coplacana quer mais recepção de grãos em regiões de concorrentes mais tradicionais
Soja é item cada vez mais presente em área de cooperativa tradicional em cana (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
Em torno de 70% da originação de grãos da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) se dá na base de Piracicaba. Com o crescimento agressivo no setor, especialmente em soja, a meta é agregar parceiros em várias regiões do estado para recepcionar as entregas, aumentando a via de mão dupla: oferta mais capilarizada de serviços e insumos em troca do recebimento correspondente em produtos da safra.
Na edição da Coplacampo 2023, que hora se desenrola na cooperativa, o número de produtores cooperados que entraram na soja – como cultura em rotação à cana renovada – e a quantidade de players fornecedores de insumos para grãos mostram essa nova realidade.
Dos R$ 1,7 bilhão de faturamento no último exercício, a Coplacana teve uma participação de 5% de soja e milho. Na safra atual, já sendo colhida em algumas regiões, o volume da empresa cooperativista deve chegar a 75 mil toneladas. Há duas safras foi de 55 mil/t. O total de área estimado na soma dos cooperados é de 400 mil hectares.
O volume é pequeno perto de estados mais tradicionais, como Goiás, Mato Grosso e Paraná, entre outros, mas a expansão demonstra também que em São Paulo a paisagem do campo começa a mudar.
“Oferecemos serviços, com apoio de nossos RTVs (representantes agrônomos) e um barter (insumos contra pagamento em produtos) vantajoso”, explica Gilberto Costa, consultor da Unidade de Grãos, e que está costurando a nova estratégia da Coplacana.
A empresa também mantém traders que acompanham os mercados e uma fábrica processadora de ração.
Além de tentar agregar parceiros nas principais regiões produtoras, num cenário paulista de mais de 20 filiais – ao todo são 27, contando com as dos outros estados -, Costa evidencia a consolidação da cooperativa em regiões de São Paulo mais tradicionais em grãos.
Em partes do Oeste e Sudoeste a empresa já está fazendo concorrência às cooperativas regionais especializadas em grãos.
E como lembra Arnaldo Bortoleto, o presidente, parte da estratégia é levar aos produtores dessas regiões a opção de plantarem cana, após a soja – ao invés da tradicional soja e milho – com a expertise da cooperativa, onde o forte ainda segue sendo a canavicultura.
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