Banqueiros observam da plateia queda de acordos na China
A lista de acordos atrasados está crescendo (Imagem: Bloomberg)
O setor de bancos de investimento é totalmente dependente da rede de contatos e toque pessoal. Com o 💥️coronavírus sacudindo a 💥️China, banqueiros confinados em casa não podem fazer nem uma coisa nem outra, o que afeta os acordos na segunda maior economia do mundo.
O surto de coronavírus, que já matou mais de 1,7 mil pessoas, impediu muitos profissionais de bancos de investimento de viajarem à China, tornando quase impossíveis reuniões com clientes e diligência prévia no local.
Fusões anunciadas envolvendo empresas chinesas caíram para US$ 25,9 bilhões desde janeiro, o menor valor para o período desde 2014, segundo dados compilados pela Bloomberg. É uma história semelhante no mercado de ações, com apenas uma oferta pública inicial nos últimos 30 dias em 💥️Hong Kong.
“É inevitável que haja atrasos na execução de acordos como resultado de restrições de viagens e escritórios fechados, o que continua a interferir nas atividades comerciais”, disse Sze-shing Tan, diretora da prática de fusões no escritório de advocacia Baker McKenzie Wong & Leow, em Cingapura.
A lista de acordos atrasados está crescendo. A fabricante de autopeças Chongqing Sokon Industry disse em comunicado à Bolsa de Valores de Xangai que o surto de coronavírus “teve um impacto direto” em sua planejada aquisição da joint venture da Dongfeng Motor, por meio da venda de uma participação de 3,85 bilhões de yuans (US$ 553 milhões).
A empresa-alvo, com sede na província de Hubei, não conseguiu atualizar as finanças em meio à suspensão das auditorias e verificações no local.
A First Quantum Minerals adiou a venda de suas operações na Zâmbia porque o surto impede reuniões cara a cara com potenciais compradores chineses, informou a empresa canadense na semana passada.
O ativo atraiu interesse de empresas como a Jiangxi Copper, segundo pessoas a par do negócio.
Em Hong Kong, onde muitos banqueiros e advogados também estão confinados em “home offices”, a operadora de restaurantes Daikiya Group Holdings cancelou o IPO, enquanto a empresa chinesa de biotecnologia InnoCare Pharma adiou reuniões com investidores para sua listagem planejada em Hong Kong.
A medida, que pode atrasar a oferta de ações, não é um bom presságio para outras candidatas à abertura de capital. A 58 Home, o serviço de limpeza e manutenção de imóveis da 58.com Inc., o equivalente chinês da Craigslist, adiou o IPO programado nos EUA já que o surto de coronavírus afeta a demanda dos clientes.
Já o mercado de IPOs da China segue em frente. Doze empresas precificaram ofertas este mês, com valor combinado de US$ 2,8 bilhões, segundo dados da Bloomberg. O momentum pode não durar muito, já que essas listagens foram aprovadas antes do feriado do Ano Novo Lunar, quando o surto de coronavírus começou a dominar as manchetes.
Para os que fecham negócios, o vírus expõe os limites da tecnologia. Na era do banco digital e comércio eletrônico extremamente rápido, algumas transações ainda exigem aperto de mão e contato pessoal. Reuniões de apresentação do negócio, diligência prévia e revisões regulatórias funcionam melhor pessoalmente.
Afinal, é um setor de serviços muito parecido com o negócio de restaurantes: você não pode fechar um acordo de um bilhão de dólares pelo WeChat, disse um banqueiro, fazendo referência ao popular aplicativo de mensagens da China.
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