Maiores economias do mundo recebem injeção de gastos públicos

Em mais da metade das 20 maiores economias do mundo, analistas agora esperam orçamentos mais frouxos este ano (Imagem: Unsplash/@diesektion)

Governos de todo o mundo começam a usar mais poder de fogo fiscal para impulsionar as economias, embora a mudança possa não acontecer com rapidez suficiente para apaziguar bancos centrais que dizem estar cansados de carregar o fardo dos estímulos sozinhos.

Em mais da metade das 20 maiores economias do mundo, analistas agora esperam orçamentos mais frouxos este ano & em outras palavras, déficits maiores ou superávits menores & do que há seis meses, segundo pesquisa da Bloomberg com previsões de economistas.

Economias asiáticas como 💥️China e 💥️Coreia do Sul recorrem à política fiscal para combater a ameaça do 💥️coronavírus, que paralisou parte da indústria e devastou cadeias de suprimentos, enquanto governos do 💥️Reino Unido e da 💥️Rússia deixaram de lado antigos compromissos com a austeridade.

Mas o afrouxamento generalizado está longe de se concretizar.

O 💥️Japão recentemente aumentou impostos sobre as vendas, a 💥️Alemanha ainda mantém seu sagrado superávit e as políticas nos EUA estão paralisadas pelas próximas eleições.

E algumas das mudanças nas previsões orçamentárias são consequência de expectativas de crescimento mais fracas, e não de gastos mais altos ou impostos mais baixos.

Confira um conjunto de previsões orçamentárias e mudanças recentes de políticas em alguns países-chave:

Donald Trump

O presidente Donald Trump injetou estímulos na forma de reduções de impostos e maiores gastos do governo e obteve um aumento do crescimento econômico como resultado (Imagem: Facebook/Donald J. Trump)

EUA

& Previsão para 2023: -4,8% do PIB (déficit)

& Previsão para 2023: -4,8%

O presidente 💥️Donald Trump injetou estímulos na forma de reduções de impostos e maiores gastos do governo e obteve um aumento do crescimento econômico como resultado.

Este mês, Trump enviou uma proposta de orçamento ao 💥️Congresso que reduziria alguns dos gastos, embora também prometa mais cortes de impostos direcionados à classe média.

Mas nenhuma das propostas deve passar pelos democratas da Câmara, de modo que qualquer grande medida fiscal provavelmente ficará congelada até depois das eleições de novembro.

China

& Previsão para 2023: -4,8% (déficit)

& Previsão para 2023: -4,6%

Com indústrias e regiões inteiras confinadas por causa do vírus e diante da inflexibilidade do governo em reduzir as metas de crescimento, a China está preparada para mais estímulos fiscais.

O governo disse nesta semana que prepara medidas adicionais, como cortes de impostos corporativos e taxas. Já existe pressão no orçamento como resultado da guerra comercial com os EUA, e o ministro das Finanças, Liu Kun, reconheceu que haverá “desafios de curto prazo”.

japão bandeira

O Japão já corria risco de entrar em recessão antes mesmo da ameaça do coronavírus se tornar clara, em parte porque havia apertado a política fiscal (Imagem: Unsplash/@nathanb)

Mas ele disse que a China deve “adotar uma visão de longo prazo e tomar medidas resolutas”.

Japão

& Previsão para 2023: -2,9% (déficit)

& Previsão para 2023: -2,7%

O Japão já corria risco de entrar em recessão antes mesmo da ameaça do coronavírus se tornar clara, em parte porque havia apertado a política fiscal.

Um aumento dos impostos sobre vendas em outubro de 2023 contribuiu para uma retração do PIB, assim como nas duas últimas vezes que a política foi implementada.

Parlamentares aprovaram orçamento suplementar no valor de US$ 29 bilhões no mês passado e, no papel, esse estímulo extra deve chegar até o fim de março. Mas a história sugere que o governo provavelmente não conseguirá gastar todo montante dentro do prazo estipulado.

Alemanha

& Previsão para 2023: 0,7% (superávit)

& Previsão para 2023: 0,2%

A maior economia da 💥️Europa tem sido vista como uma das principais candidatas ao alívio fiscal, uma vez que possui significativamente menos dívida pública do que muitos vizinhos.

A recessão industrial prolongada e o surto de coronavírus provavelmente não são suficientes para rever essa postura (Imagem: Reuters/Kim Kyung-Hoon)

O Banco Central Europeu e o governo francês estão entre os que pedem ação.

Mas, embora a coalizão da chanceler 💥️Angela Merkel tenha iniciado um estímulo limitado focado em projetos verdes, não há apetite para abrir as comportas fiscais em um país onde a disciplina orçamentária continua sendo símbolo de virilidade política.

A recessão industrial prolongada e o surto de coronavírus provavelmente não são suficientes para rever essa postura.

Índia

& revisão para 2023: -3,7% (déficit)

& Previsão para 2023: -3,5%

A Índia atendeu ao pedido do banco central por uma política fiscal que impulsionasse a economia em desaceleração. Em fevereiro, o governo anunciou cortes de impostos para pessoas físicas que custarão ao governo US$ 5,6 bilhões em receita, alguns meses depois de uma isenção semelhante de US$ 20 bilhões para empresas.

Brasil

& revisão para 2023: -5,5% (déficit)

& Previsão para 2023: -5,3%

O governo está comprometido em reduzir o déficit e, no ano passado, conseguiu aprovar a reforma da Previdência como peça central do plano a longo prazo.

O déficit público em 2023 foi o menor em cinco anos, embora em parte devido a entradas de capital pontuais, como o leilão de petróleo. E, embora os ministros prometam medidas mais rigorosas, como salários mais baixos para novos funcionários públicos, podem ter dificuldades para convencer o Congresso antes das eleições municipais de outubro.

Bandeira do México

Apesar da estagnação da economia do México no ano passado, o presidente Andrés Manuel López Obrador manteve a rígida política fiscal (Imagem: Pixabay)

México

& Previsão para 2023: -2,4% (déficit)

& Previsão para 2023: -2,3%

Apesar da estagnação da economia do México no ano passado, o presidente Andrés Manuel López Obrador manteve a rígida política fiscal.

Seu governo tem cortado gastos com salários, o que ajudou a atingir superávit orçamentário antes das despesas com juros de 1,1% em 2023. E a meta é manter o superávit primário este ano. Isso deve deixar o banco central, que cortou as taxas de juros em cinco reuniões consecutivas, com o fardo dos estímulos por enquanto.

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