Dólar bate recorde e fecha a R$ 4,65 com temor do mercado sobre o coronavírus
O dólar à vista fechou em alta de 1,54%, a 4,651 reais na venda (Imagem: REUTERS/Philimon Bulawayo)
O 💥️dólar voltou a bater recorde histórico nesta quinta-feira, chegando a se aproximar de 4,67 reais no pico do dia, com a moeda brasileira golpeada junto com outros ativos de risco em todo o mundo por persistentes temores relacionados ao coronavírus.
Mas o contexto local seguiu influenciando as cotações. O ministro da Economia,💥️ Paulo Guedes, voltou a normalizar a alta da moeda norte-americana, enquanto crescem críticas à postura do 💥️Banco Central diante da disparada do dólar a sucessivos recordes.
Somando uma oferta já programada e duas extraodinárias, o BC vendeu um total de 3 bilhões de dólares apenas nesta sessão em contratos de swap cambial tradicional. O swap é um derivativo que paga ao comprador a variação cambial acrescida de uma taxa de juros. Na prática, funciona como uma injeção de liquidez no mercado futuro.
“O mercado está aturdido. O BC apagou a fogueira com querosene”, disse no Twitter o sócio-fundador e gestor da SF2 Investimentos.
“Parece que é intencional. A atuação é tão ruim que parece que o BC quer o dólar mais alto”, afirmou um gestor que preferiu não ser identificado.
A alta do dólar se intensificou nesta semana conforme o mercado turbinou expectativas de cortes de juros pelo Banco Central, depois de a autoridade monetária ter emitido comunicado cujo conteúdo foi entendido por operadores como uma virada em relação ao discurso anterior de interrupção no ciclo de afrouxamento monetário.
Com isso, o mercado coloca no preço cenário de redução adicional do diferencial de juros entre o Brasil e o mundo, o que prejudica ainda mais a atratividade da renda fixa brasileira, turvando perspectivas de recuperação do fluxo cambial & portanto, sem melhora na oferta de dólar no país.
Nessa linha, dados fracos do 💥️PIB brasileiro do ano passado provocaram uma série de revisão para baixo nas expectativas para 2023, piorando ainda mais a percepção do Brasil como atrator de capital estrangeiro.
O dólar à vista fechou em alta de 1,54%, a 4,651 reais na venda, nova máxima histórica nominal para um encerramento.
A alta é a 12ª consecutiva. Apenas em março a moeda salta 3,79% e dispara 15,90% no acumulado de 2023.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez subia 1,02%, a 4,6390 reais.
Mas outras divisas de risco sofreram bastante nesta sessão. Rand sul-africano, peso colombiano e peso mexicano perdiam entre 1,7% e 2,3% ante o dólar, por exemplo, afetados pela turbulência nos mercados financeiros em geral diante da piora no sentimento por temores de impacto econômico do coronavírus ainda mais forte do que o temido inicialmente.
💥️(Atualizada às 18h09)
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