Maia defende equilíbrio diante de ataques de Bolsonaro às instituições
Maia discursa ao lado do ex-presidente Fernando Henrique, no Instituto FHC, em São Paulo (Imagem: Tv Câmara/Reprodução)
O presidente da 💥️Câmara, 💥️Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Parlamento brasileiro tem dado demonstração de responsabilidade diante das crises política e econômica no País. Segundo ele, no ano passado, o Parlamento comandou a pauta de votação, como a aprovação da 💥️reforma da Previdência, mesmo com uma série de ataques às instituições. De acordo com Maia, esses ataques continuam por meio das redes sociais. O presidente participou de evento nesta sexta-feira em 💥️São Paulo no Instituto💥️ Fernando Henrique Cardoso.
“Quanto custam esses ataques? Quanto se precisa por mês para se manter uma estrutura que ataca as instituições que discordam ou criticam o governo brasileiro? Vivemos um momento difícil. Achei que, no ano passado, ia ser um ano de aprendizado para todos”, disse Rodrigo Maia.
“Começamos o ano da mesma maneira, é uma questão de método e precisamos entender isso e de que forma as instituições reagem”, afirmou.
Na opinião do presidente da Câmara, apesar de o entorno do presidente da República muitas vezes se comportar de forma antidemocrática, não há ameaças à democracia por parte do governo.
Em entrevista coletiva após o evento, Maia criticou o método de pressão de parte do governo. “O entorno do governo tem uma estratégia nas redes sociais e tem operado de forma a classificar as instituições como inimigos da sociedade. Nós temos que ter equilíbrio, paciência e compreender que o governo está pressionado: prometeu muito e não entregou. Nós queremos ajudar”, destacou.
“O entorno do governo tem uma estratégia nas redes sociais e tem operado de forma a classificar as instituições como inimigos da sociedade”, disse Maia (Imagem: Câmara dos Deputados/ Luis Macedo)
De acordo com Rodrigo Maia, todos os questionamentos sobre a situação democrática no País geram insegurança na sociedade e nos atores econômicos.
“O grande problema é que, quando esse assunto entra na ordem do dia, passamos a ter problemas. O grande problema é que o governo gera uma insegurança grande para sociedade e para os investidores. As pessoas estão deixando de investir pela questão do meio ambiente e pela questão democrática”, reforçou Rodrigo Maia.
Meio ambiente
Segundo Maia, cada vez mais existem investidores estrangeiros que priorizam pela sustentabilidade, e, por essa razão, o meio ambiente é tema bastante sensível e que deve ser levado em consideração.
“O agronegócio não precisa desmatar mais 1m² para aumentar a produtividade. Precisamos de poupança externa, e a questão do meio ambiente é uma precondição importante para investimentos”, disse.
Manifestações
Em relação às manifestações previstas para o dia 15 de março em apoio ao governo e com críticas ao Congresso Nacional e ao 💥️Supremo Tribuna Federal, Maia afirmou que a sociedade é livre para participar, mas destacou que o Parlamento não quer ocupar o espaço que cabe ao Executivo.
Bolsonaro convocou novas manifestações contra o Congresso e o STF (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil )
“Queremos que o espaço e as prerrogativas parlamentes do Congresso Nacional sejam respeitados”, disse.
Segundo ele, as redes sociais criam um discurso de que o Congresso quer criar um “parlamentarismo branco” apenas para criar alvos e atacar as instituições.
“São 11 milhões de desempregados, a educação pública muito abaixo do setor privado, o coronavírus…. não podemos discutir algo que é criado para viralizar o ódio”, ponderou.
Pauta de votações
Em relação à pauta de votações, Maia afirmou que a reforma tributária (PEC 45/19) será aprovada ainda no primeiro semestre, apesar de resistências enfrentadas em parte dos setores empresariais. Ele aguarda que o Executivo encaminhe proposta de reforma para ampliar o debate.
A expectativa de Maia é que o texto sobre unificação de tributos federais seja encaminhado na próxima semana à Câmara. Para ele, é preciso enfrentar as distorções do sistema tributário brasileiro.
Maia também voltou a defender a reforma administrativa e a aprovação das propostas, como a PEC Emergencial, que reorganizam os gastos públicos e ajudam a reduzir a desigualdade e a pobreza no País.
O presidente também destacou que a Câmara deve aprovar nas próximas semanas o novo Fundeb (PEC 15/15), que prevê maior participação do governo no financiamento da educação básica, mas que isso será feito com responsabilidade.
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