Mercado ainda espera ação coordenada após corte dos juros do Fed
É um cenário bem diferente do panorama visto na crise financeira de 2008, quando seis dos principais bancos centrais do mundo cortaram os juros em um movimento coordenado (Imagem: Reuters/Chris Wattie)
Quase uma semana desde que as principais autoridades financeiras do mundo se comprometeram a usar “todas as ferramentas políticas apropriadas” para proteger a economia do surto de 💥️coronavírus, os mercados despencam e investidores se perguntam onde estão os 💥️bancos centrais.
Enquanto o 💥️Federal Reserve dos 💥️EUA e o 💥️Banco do Canadá reduziram os juros quase imediatamente após a teleconferência do G-7 na última terça-feira, seus pares se movem muito mais devagar.
Nenhum dos maiores bancos centrais europeus cortou os juros, tampouco o 💥️Banco do Japão. As medidas chinesas têm sido limitadas.
É um cenário bem diferente do panorama visto na crise financeira de 2008, quando seis dos principais bancos centrais do mundo cortaram os juros em um movimento coordenado, e o Banco do Japão emitiu um comunicado dizendo que apoiava a medida.
Alguns formuladores de políticas talvez esperem que os governos possam enfrentar a turbulência com estímulos fiscais. As taxas de juros estão muito mais baixas do que em 2008, e medidas radicais, como compras de ativos e empréstimos baratos de longo prazo, levaram bancos centrais quase ao limite.
“O corte de emergência do Fed na semana passada não fez o que deveria, proporcionar claro suporte aos mercados”, disse Karen Ward, estrategista-chefe de mercado para a região da Europa, 💥️Oriente Médio e 💥️África no 💥️JPMorgan Asset Management, em entrevista à Bloomberg Television.
“Acho que se tivesse sido coordenado, talvez sim, mas é muito difícil coordenar bancos centrais quando estamos nos limites de munição.”
No entanto, como a queda do petróleo aumenta a sensação de emergência, a pressão se intensifica para que autoridades monetárias provem que não esgotaram totalmente seus poderes.
Limites da zona do euro
O BCE realiza reunião de política na quinta-feira, e autoridades até agora não deram sinais de que pretendem agir antes disso. Mesmo quando ajam, as medidas talvez não sejam drásticas.
Investidores esperam um corte de 10 pontos-base, e alguns economistas acreditam que as compras de títulos serão impulsionadas. Também é provável uma medida para injetar liquidez em pequenas empresas em dificuldades.
O dilema é que a taxa de depósito está em recorde de baixa, negativa em 0,5%, e a flexibilização quantitativa, que foi retomada no ano passado, se aproxima dos limites destinados a impedir que o programa viole a lei da União Europeia.
Sob o comando da presidente Christine Lagarde, autoridades do BCE expressaram preocupação de que suas políticas de afrouxamento afetem o sistema bancário e causem bolhas de ativos.
Qualquer ação limitará ainda mais as opções futuras, o que significa que um refrão comum das autoridades provavelmente soará mais alto: os governos devem fazer mais.
Até o momento, apenas a Itália anunciou medidas fiscais significativas. A Alemanha, a maior economia da região e a que tem mais dinheiro público de sobra, concordou em adotar medidas limitadas após mais de sete horas de negociações no domingo.
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