Produtor tem custos e margens da soja travados em outubro e vê desafios para 2023

Soja

Boa parte da soja nova está livre dos problemas globais que o grão sofre com o coronavírus (Imagem: Unsphash/@mpetrick)

Para a maioria dos produtores rurais mais estruturados, a maior parte da safra atual de soja está livre das oscilações que a epidemia do Covid-19 promove nos preços desde o epicentro chinês, tirando a commodity da zona dos US$ 9 o bushel. O hedge em barter já bancou os custos de um tanto do grão e o disponível está fora das vendas agora.

No Grupo Araunah, de Uberaba (MG), dos 1,4 mil hectares plantados pelo menos 60% foram travados em outubro, fixado em torno dos US$ 9 para entrega da mercadoria agora na colheita aos fornecedores de insumos. O resto é para spot.

O custo do milho safrinha e de coberturas, que vão entrar na sequência, também estão garantidos.

“O desafio vai ser a próxima safra (20/21, a partir de setembro), mantida a atual situação de dólar alto e oferta muito restrita de insumos”, avalia Jonadan Ma, presidente do grupo que transita por outras atividades do agronegócio também. O cenário está ficando nebuloso, especialmente por que os chineses são os ‘donos’ do mercado mundial de moléculas genéricas.

Atualmente, a soja spot no mercado interno tem preços convidativos, na troca de dólares por reais, mas se não tem vendedores, como a empresa de Ma, também não tem compradores. “Então, gerenciamos no dia a dia, monitorando Chicago, embora não temos posições no mercado futuro”, explica.

Mantém a bolsa no monitor, para referência de preços, mas o empresário não faz hedge comprando opções, por exemplo, porque exige um fluxo de caixa para manter os ajustes diários que a volatilidade do mercado exige.

Conservadorismo

O conservadorismo de Jonadan Ma livrou o Araunah de ter que virar operador financeiro e trading 24 horas por dia desde que a epidemia se alastrou a partir do final de janeiro.

Também presidente da Febrapdp, organização nacional que reúne os adeptos do plantio direto na palha, o empreendedor rural – colhendo em média 80 sacas por hectare – ainda acha incerto ter uma avaliação firme das condições de mercado diante de tanto ruído.

Ao menos a safra brasileira, na sua opinião, será um pouco maior, mas não será explosiva, sobretudo pelas condições difíceis encontradas pelos produtores gaúchos. Assim, se garante uma oferta mais ajustada, que deverá resultar em melhores preços da soja tanto quanto a China (voltando às compras dos Estados Unidos) e a desaceleração do coronírus permitirem.

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