São Paulo vai regular fluxo de pessoas em postos do Poupatempo e Bom Prato
Segundo o Governador de São Paulo, João Doria, o Bom prato terá seus horários funcionamento estendidos (Imagem: Facebook / Governo do Estado de São Paulo)
Para tentar conter o avanço do novo 💥️coronavírus no estado de 💥️São Paulo, o governador 💥️João Doria anunciou hoje (16) que vai regular o fluxo de entrada de pessoas nas repartições públicas estaduais – postos do Poupatempo, restaurantes do Bom Prato, postos do 💥️Detran e nos Centros de Cidadania. Esses locais também terão seus horários de funcionamento estendidos.
A frota do transporte público na capital paulista – metrô, ônibus e trens – será reduzida a partir de amanhã (17). “Dada essa redução, vamos analisar se elas são suficientes ou não para manter seguro os terminais de embarque e desembarque e a utilização de transporte coletivo. Se necessário, reavaliaremos essa situação”, disse o governador.
Doria também suspendeu a realização de eventos públicos no estado pelo prazo de 30 dias. “Inauguração de eventos serão adiadas sendo que, o funcionamento de novos serviços na área de saúde e de atendimento da população aconteçam independentemente de cerimônias de inauguração”, disse o governador.
Ele também decretou férias e licença-prêmio imediatas para os servidores que tenham direito nesse momento, exceto os servidores de áreas essenciais como segurança, saúde pública, serviços da administração penitenciária e Fundação Casa. “Essa decisão poderá ser revista, se necessária”, disse Doria.
Haverá também corte imediato de viagens de servidores públicos a trabalho, com exceção de casos especiais e emergenciais que terão de passar por aprovação do governador ou do vice-governador do estado.
As férias e pedidos de licença de profissionais da área de saúde pública foram suspensas pelo período de 60 dias, exceto casos excepcionais.
Outra medida anunciada pelo governador é a criação de um comitê administrativo extraordinário para tomada rápida de decisões sobre o funcionamento da máquina pública estadual durante o período da pandemia do coronavírus, decisão que será publicada no Diário Oficial de amanhã (17).
As medidas determinadas por esse comitê, disse Doria, serão tomadas sempre com base no Centro de Contingência do coronavírus paulista.
Doria destacou que não haverá desabastecimento na cidade e que tem se reunido constantemente com setores econômicos para que não haja, principalmente neste momento, elevação de preços de produtos no estado.
As cirurgias eletivas foram suspensas temporariamente para não superlotar os hospitais. “Já suspendemos as cirurgias eletivas para ter folga no serviço de saúde”, disse o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann Ferreira.
Doria destacou que não haverá desabastecimento na cidade e que tem se reunido constantemente com setores econômicos para que não haja, principalmente neste momento (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Também foi suspenso temporariamente o programa Mulheres de Peito – carretas para realização do exame de mamografia.
Na última sexta-feira, o estado já havia estabelecido a suspensão das aulas em estabelecimentos públicos e o fechamento de centros culturais e esportivos, museus e teatros.
Surto pode durar até cinco meses
Segundo o infectologista e coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, David Uip, a “onda” de coronavírus pode durar de quatro a cinco meses no Brasil.
No entanto, as medidas de contenção de fluxo de pessoas nas ruas e ambientes não deverá ser necessária por todo esse tempo.
“Entendemos que essa epidemia, essa onda vai durar de quatro a cinco meses. O que não quer dizer que as medidas restritivas, necessariamente, durarão tal tempo.
A decisão será feita pelo consenso de especialistas. Hoje não tem data. As pessoas me perguntam se vamos ficar sem escola por meses. [Vamos ficar com essas restrições] o quanto for necessário para contermos a epidemia”, disse o infectologista.
Segundo o secretário de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, a expectativa é que uma vacina contra o coronavírus só esteja disponível no prazo de 18 meses.
Por isso, a preocupação atual é com a medicação para o tratamento da Covid-19. “Atualmente, o que se faz é a busca por um medicamento.”
Uip disse ainda que haverá casos graves e mortes por causa do coronavírus no estado. A expectativa é que, nos próximos dias, cresça o número de atendimentos nos hospitais públicos por causa da Covid-19.
“Nesse momento o que está mais pressionado é o sistema de saúde suplementar. No primeiro momento, os casos que chegaram aqui em São Paulo são de indivíduos oriundos de carnaval fora do Brasil.
Claro que daqui a pouco vamos estar pressionados no serviço público”, disse o especialista. “Seguramente teremos doentes graves. O estado está tão preocupado com os doentes graves que o governador autorizou [a criação] de mais 1,4 mil leitos. Temos 2,7 mil e vamos ter rapidamente mais 1,4 mil. Sabemos que vamos ter casos graves e nós sabemos como enfrentar essa adversidade”, destacou.
Aulas e avós
Segundo Uip, a decisão do governo paulista de suspender as aulas no estado teve o objetivo de proteger as crianças e os idosos.
Ele ressaltou que a recomendação é que essas crianças não fiquem com os avós. “Sabemos que tudo é muito difícil. Mas nenhuma decisão é tomada abruptamente. A recomendação é que os avós sejam poupados”, disse o infectologista.
De acordo com o secretário executivo da Educação, Haroldo Côrrea Rocha, durante a manhã de hoje (16), quando já teve início o período de adaptação para a suspensão total das aulas, a frequência dos alunos nas escolas foi de 20% a 40%. Já no período vespertino, com as crianças de menor idade, a frequência foi maior, em torno de 40%.
“As famílias estão entendendo a gravidade da situação e já retiveram seus filhos desde o dia de hoje. Ao longo da semana, a expectativa é que cada um vá arrumando uma solução para ter seus filhos em casa”, afirmou.
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