Usinas já pensam em adiar moagem, mas mais de duas semanas é prejuízo, diz consultor
Usinas começam a operar mas preocupadas com a necessidade de controle da movimentação dos funcionários (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
Uma usina de porte médio, moderna, exige em torno de 2,5 mil funcionários para ser tocada. A moagem da cana vai acelerar a partir de 1º de abril, mas tem unidades atentas à situação dos colaboradores e preocupadas também com potenciais prejuízos.
Os cuidados exigidos de movimentação e proximidade das pessoas, mais o potencial risco de uma ordem de governos ordenando a paralisação das atividades, estão alinhados ao cenário de cuidados com o coronavírus.
O consultor Ricardo Pinto, da RPA Consultoria, tem ouvido de clientes e não-clientes, que “alguns estão pensando em adiar em uma ou duas semanas as operações”.
Porém, mais que isso, “gerará perdas irrecuperáveis”.
Se leva em conta a mudança de clima, o amadurecimento da cana de início de safra, o custo de carregar a ociosidade das unidades, entre outros fatores, entre os quais o impacto sobre a qualidade.
As duas entidades mais importantes do Centro-Sul, Unica e Udop, ainda não possuem orientação setorial, mesmo porque são ações individuais de cada empresa, informou a segunda através da assessoria de imprensa. Mas, evidentemente, a situação está no radar.
São Paulo, o maior estado produtor, tem mais de 100 unidades operacionais, acionando em torno de 300 mil funcionários, incluindo os do campo (agora nessa fase para colheita), empregados diretamente utilizados na indústria e de manutenção de frota.
O pessoal administrativo, sempre que possível, já está em home office.
No Mato Grosso do Sul, a associação das 18 empresas, a Biosul, disse que “nossas associadas estão atentas às recomendações do Ministério da Saúde”. E as medidas preventivas, segue Roberto Hollanda, o presidente, são para preservar a saúde dos 32 mil funcionários diretos do setor no estado, sem causar prejuízos.
Ainda no caso de São Paulo, há os frotistas autônomos e os fornecedores independentes, embora atualmente mais de 65% da cana é classificada como “cana própria”, ou seja, das usinas verticalizadas.
Algumas ações já conhecidas, como da GF Agro (São Paulo, Minas e Goiás), é evitar a entrada de fornecedores, e trabalhar com os prestadores de serviços por videoconferência.
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