No distante Norte do MT, buracos no transporte de gado e comércio fraco alertam criador
Comércio e circulação complicando um pouco os negócios mesmo em lugares mais distantes (Imagem: Arquivo/Agência Brasil/ASCOM ADEPARÁ)
Na boca da entressafra do boi, no Mato Grosso a cadeia aumenta os níveis de preocupações. A paralisia das exportações e o recuo esperado para o consumo interno, na medida em que vão aumentando as restrições à população Brasil afora, os negócios e o fluxo de animais e carnes caem, inclusive por buracos que começam a surgir na logística de transporte.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, tem dado reiterados afirmações de que não haverá desabastecimento enquanto durar a crise deflagrada pelo novo coronavírus.
Além de plantas do JBS (JBSS3) paradas no Norte do MT, os produtores que estão no ciclo da cria, o forte nesta região do MT, estão tendo dificuldades de movimentar os animais para os invernistas. “A gente sente a dificuldade do transporte, com muita coisa parada”, diz Carlos Eduardo Dias, da Marca 40, acentuando a falta de apoio nas estradas para os caminhoneiros.
Os próximos 10 a 15 dias serão importantes para se ver a situação real do abastecimento, já que na opinião do empresário os estoques feitos na última semana pela população começarão a acabar e deverão exigir oferta do atacado e varejo.
A empresa de Alta Floresta tem programado o descarte de 250 a 300 fêmeas mensais, de um lote nesta temporada de cerca de 2 mil, e começa a ter problemas para encontrar frigorífico e transporte.
Além disso, conta o pecuarista, dia 17 de maio tem leilão de safra de sua marca, que pode somar de 3 a 4 mil cabeças, a maioria bezerros de 180 a 300 kgs, fora alguns animais excedentes das fazendas.
Até os certames atuais, que o proprietário da Marca 40 acompanha virtualmente, a liquidez até que está normal, mas os próximos dois meses serão mais desafiadores. Em leilões deste final de semana, o produtor observou preços de R$ 9,00 kg do bezerro, R$ 8,00 na fêmea e R$ 7,50 fêmea prenha.
Fluxo de caixa
“Já tenho que pensar no fluxo de caixa”, alerta Dias. A empresa tem recebíveis, mas precisa começar a girar o gado novo e a sobra também para dar conta das contas que vão chegando, além de fazer caixa para carregar a temporada de seca. E recentemente a empresa adquiriu uma nova fazenda – e veio a pandemia travando o mundo.
O temor começa a alcançar a situação do abastecimento.
Carlos Eduardo Dias relata o que ouviu de um amigo, fazendo um trajeto de Sinop a Rondonópolis. Postos e borracharias fechadas e um único restaurante aberto – Posto São Cristóvão, próximo a Lucas do Rio Verde & e operando rodízio de clientes para se evitar aglomeração.
Isso tudo no Norte do MT, já praticamente região Amazônica, portanto ainda resguardando certo isolamento dos grandes centros, e com alguns milhares de quilômetros do Sudeste, onde o foco do contágio é maior.
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