Bolsonaro critica restrições por coronavírus e cita possível ameaça à democracia

Jair Bolsonaro

Bolsonaro disse que a população precisa voltar a trabalhar, se não “o que aconteceu no Chile vai ser fichinha” perto do que pode ocorrer aqui (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente 💥️Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quarta-feira medidas de restrição adotadas para conter o coronavírus e mencionou possível ameaça à normalidade democrática do país.

Em entrevista a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, o presidente também afirmou que “alguns poucos governadores” & citando especificamente os de São Paulo, 💥️João Doria (💥️PSDB), e do Rio de Janeiro, 💥️Wilson Witzel (PSC)& estão cometendo “um crime” e “arrebentando com o 💥️Brasil“.

“O que é que preciso ser feito? Botar este povo para trabalhar, preservar os idosos, preservar aqueles que têm problemas de saúde, mais nada além disso. Caso contrário, o que aconteceu no Chile vai ser fichinha perto do que pode acontecer no Brasil”, disse.

“Todos nós pagaremos um preço que levará anos para ser pago, se é que o Brasil não possa ainda sair da normalidade democrática que vocês tanto defendem. Ninguém sabe o que pode acontecer no Brasil”, disse o presidente, citando a possibilidade de saques a supermercados.

Indagado por jornalistas sobre sua fala a respeito de ameaça à democracia, Bolsonaro disse que ela partiria “da esquerda” que, segundo ele, se aproveitaria do “caos” para chegar ao poder.

“Não é da minha parte, não. Fique tranquilo”, disse.

Jair Bolsonaro

“Não é da minha parte, não. Fique tranquilo”, disse (Imagem: Agência Brasil/ Valter Campanato)

Ele ainda acusou Doria e Witzel, com quem se reunirá nesta manhã em videoconferência junto aos demais governadores da Região Sudeste, de fazerem demagogia em relação à pandemia de coronavírus.

“Alguns poucos governadores, não são poucos & em especial Rio e São Paulo& estão fazendo uma demagogia barata em cima disso. Para esconder outros problemas, se colocam junto à midia como os salvadores da pátria”, afirmou.

“Não adianta depois governador vir pedir GLO para conter o caos que, infelizmente, já aparece no nosso horizonte”, afirmou, referindo-se a decretos de Garantia da Lei da Ordem editados pelo governo federal para que as Forças Armadas auxiliem em crises de segurança pública nos Estados.

Isolamento vertical

Bolsonaro também rebateu as 💥️críticas que sofreu pelo pronunciamento que fez na véspera em rede nacional, no qual voltou a minimizar a pandemia de coronavírus e criticou medidas de restrição à circulação.

“Fui criticado por quem? Por quem nunca fez nada pelo Brasil? Fico muito feliz pelas críticas”, rebateu.

Um dos que criticaram a fala de Bolsonaro foi o presidente do Senado, 💥️Davi Alcolumbre (DEM-AP), que considerou grave o posicionamento manifestado no discurso e disse que o país precisa de uma liderança responsável.

“É um direito dele, mas se eu falo um ‘a’ contra ele é uma crise institucional. Então não vou falar nada”, afirmou, antes de dizer que telefonaria para Alcolumbre nesta quarta-feira.

Bolsonaro defendeu o que chamou de “isolamento vertical”, no qual💥️ somente idosos e pessoas portadoras de doenças permaneceriam confinadas e disse que falará com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, para que essa seja a orientação da pasta daqui para frente.

“A orientação vai ser (o isolamento) vertical daqui para frente. E vamos conversar com ele (Mandetta) e tomar uma decisão”, disse.

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