Alta do açúcar carece de firmeza ante dúvida com dados indianos sobre sobra menor
Açúcar de cana vem de alguma recuperação nos preços, mas ainda não mostra tendência de alta; pelo contrário (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
O açúcar esboça uma recuperação no mercado futuro referenciado em Chicago (CBOT), desde que bateu praticamente em 10 centavos de dólar por libra-peso, dia 1º, com a melhora do petróleo. A desta segunda (6), o mercado testou a informação de que a Índia terá uma sobra menor da commodity para exportar, sem abandonar a dúvida do quão verdadeiro isso possa ser.
O pregão fechou com o vencimento maio subindo quase 1%, finalizado em 10,41 c/lp.
A Sugar Mills Association, que congrega as usinas, e outras entidades locais, têm um histórico nem sempre de informações críveis.
Portanto, os fundos balançam entre o anúncio de hoje, de que as exportações fixadas do país estão em 3,75 milhões de toneladas, para um total exportável de 4,5 milhões/t, e o estabelecido pelo USDA (governo dos Estados Unidos) e pelo governo indiano, segundo os quais os embarques contratados são de 2,5 milhões/t.
Pelas contas de Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, dos dados dos produtores, sobrariam 750 mil de exportações indianas nesta reta final de safra 19/20. Pelos números dos ministérios da agricultura americano e indiano, sobrariam 2,5 milhões/t.
Oferta menor estimula preço. Oferta maior tira. O analista prefere considerar menos as estatísticas das entidades representativas indianas. Uma que os estoques indianos estão em torno dos 14/15 milhões/t e a safra, mesmo chegando a 26 milhões/t (está estimada em 30 milhões/t), não tiraria grande volume do mercado.
“O vencimento maio estava a caminho dos 10 c/lp, mas também não tem força para subir aos 11 c/lp”, avalia Muruci, olhando ainda a fraqueza geral do petróleo, apesar da alta da Bolsa de Nova York. Isto é, a “luz no fim do túnel”, vista nos Estados Unidos (de acordo com Donald Trump) e na Europa (pelo menor número de notificações da covid-19), não chega nas commodities.
O petróleo teve uma bolha alta nos últimos dias da semana passada, com a boa vontade esboçada pelos principais atores da Opep+. Arábia Saudita e Rússia estavam em ‘guerra’ comercial sobre cortes na produção para suportar a queda da demanda com a recessão chegando.
Com o adiamento da reunião, o óleo cru do tipo Brent caiu em Londres hoje recuou mais de 3,20%, perto dos US$ 33 o barril.
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