Situação financeira de millennials é a mais abalada por crises seguidas
Nenhuma faixa etária escapará da atual desaceleração econômica, mas a geração dos millennials já estava em situação financeira mais precária do que os mais velhos (Imagem: Unsplash/@dylandgillis)
Aviv Russ sente como se o mundo estivesse contra sua geração, e não está errado. Russ é um millennial, pois faz parte da geração nascida entre 1981 e 1996. Ele se formou em 2009 no Emerson College, em Boston, sob os efeitos da Grande Recessão no mercado de trabalho.
Passou os primeiros anos depois de formado buscando um trabalho mal remunerado como assistente de produção.
Uma década depois, justo quando havia conseguido economizar e se preparava para comprar um imóvel, Russ, de 31 anos, está sem emprego novamente. Com o surto de 💥️coronavírus, os bicos de produção desapareceram em Hollywood, onde ele trabalha.
Nenhuma faixa etária escapará da atual desaceleração econômica, mas a geração dos millennials já estava em situação financeira mais precária do que os mais velhos.
Eles terminaram a faculdade com níveis sem precedentes de dívida estudantil e perderam anos importantes de reajuste salarial devido à crise de 2008.
Em comparação com outros grupos na mesma fase de suas vidas, as pessoas de 20 e 30 anos têm níveis relativamente baixos de propriedade de imóveis, patrimônio líquido e renda real, de acordo com estudo de 2018 do Federal Reserve Board of Governors.
“Eles andam na corda bamba e há penhascos de ambos os lados”, disse Kathryn Edwards, economista da Rand Corporation. “É difícil imaginar alguém passar por essas duas recessões nessa faixa etária realmente incólume.”
As crises econômicas são inevitáveis, mas geralmente não são tão graves. E recessões únicas em uma geração não costumam ocorrer com apenas uma década de diferença.
Para os millennials, o momento desses eventos foi particularmente prejudicial. A renda de pessoas que entram no mercado de trabalho com alto desemprego costuma cair 10% no primeiro ano, com redução de 1,8% da renda anual, em média, ao longo de 10 anos, segundo economistas de Yale e da Universidade de Rochester.
Os economistas também descobriram que o impacto da Grande Recessão nos salários foi “muito maior” do que as crises anteriores.
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