Plano de retomada do governo prevê investimentos em infraestrutura e criar até 1 milhão de empregos

Congresso

Nas contas do ministério, essa retomada permitiria a criação de até 1 milhão por ano, afirmou a fonte (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O plano de retomada da 💥️economia que começa a ser desenhado pelo governo prevê um investimento na retomada de obras públicas, com expectativa de gerar até 1 milhão de empregos apenas na área de 💥️infraestrutura, disseram nesta quarta-feira à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

A estratégia para retomada da economia, que vem sendo coordenada pela 💥️Casa Civil, está sendo informalmente chamada de “Plano Marshall”, em referência ao programa criado pelo governo dos 💥️Estados Unidos para recuperação dos países europeus depois da Segunda Guerra.

O projeto prevê um planejamento de três anos com ênfase na rápida retomada de investimentos públicos através de obras paradas ou que andam lentamente, e na aceleração do programa de concessões.

Em uma reunião ministerial na manhã desta quarta-feira, o ministro da Infraestrutura, 💥️Tarcísio de Freitas, apresentou a possibilidade de tocar rapidamente entre 70 e 150 obras, entre algumas já iniciadas e outras que podem ser implementadas rapidamente por já terem projetos e licença ambiental prontos.

Nesta área, o investimento seria de 30 bilhões de reais, sendo 12 bilhões de recursos novos, além dos previstos no Orçamento — aproximadamente 6 bilhões por ano, de acordo com uma das fontes.

Nas contas do ministério, essa retomada permitiria a criação de até 1 milhão por ano, afirmou a fonte.

Outras duas áreas que entram com peso neste plano, batizado de Pró-Brasil, são 💥️Minas e Energia e Desenvolvimento Regional. As duas áreas ainda preparam seus planos e não apresentaram projeção de impacto de investimentos totais e empregos.

Na área de Minas e Energia o governo prevê a retomada de uma série de projetos, especialmente usinas hidrelétricas, e concessões como Angra 3 (Imagem: Divulgação PAC)

De acordo com a fonte, deve ser possível tocar várias ações especialmente na área de saneamento, cujo novo marco regulatório prevê concessões a iniciativa privada.

Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Regional prepara um diagnóstico de obras nas áreas de habitação, além do saneamento, que podem ser rapidamente retomados.

Minas e energia

Na área de Minas e Energia o governo prevê a retomada de uma série de projetos, especialmente usinas hidrelétricas, e concessões como Angra 3, mas os cálculos de investimentos e projeção de criação de empregos ainda não estão prontos, de acordo com uma segunda fonte.

“Está se desenhando um novo modelo para pôr no mercado. A intenção é pôr na rua o máximo de coisas para fazer a economia girar”, disse a fonte.

Em infraestrutura, a conta é que o programa de concessões pode ser acelerado para apresentar uma carteira de 230 bilhões de reais a serem contratados até 2022. No entanto, em uma economia mundial em recessão, não há garantias de sucesso nos leilões.

De acordo com essa fonte, no entanto, o plano não tem previsão de ser posto em prática até o abatimento da epidemia. “Não se sabe ainda quando isso vai ser e quando se vai poder começar. Está se trabalhando em um plano ainda”, disse.

Rodovias

Parte do governo vê como única saída um investimento maciço de recursos públicos para acelerar a economia, o que é visto com reticências pela equipe econômica (Imagem: Ministério da Infraestrutura/Divulgação)

O início está sendo chamado de “Dia D+1” — quando for possível.

Na semana passada, o ministro da Casa Civil, 💥️Walter Braga Netto, assinou uma resolução criando um grupo de trabalho para colocar de pé “ações estruturantes e estratégicas para recuperação, crescimento e desenvolvimento do país”, no âmbito do comitê. Esse grupo, que incluiu todos os ministérios, reuniu-se na manhã desta quarta.

Parte do governo vê como única saída um investimento maciço de recursos públicos para acelerar a economia, o que é visto com reticências pela equipe econômica.

Na segunda-feira, o ministro de Infraestrutura já havia afirmado, ao ser questionado sobre de onde o governo tiraria recursos para manter obras de infraestrutura em andamento, que “não há outro caminho que não seja trazer recursos para o Orçamento, e isso tem que ser feito via endividamento”.

A equipe econômica é refratária à mensagem de uso de recursos públicos para alavancar a economia e tem defendido que isso deve ocorrer através da atração de investimentos privados a partir da realização de reformas, privatizações e disponibilização de crédito.

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