O recorde do dólar, hoje, não é nada, perto do que pode acontecer, diz UBS
Disparada: no pior cenário, dólar pode ultrapassar os R$ 7 no ano que vem, segundo o UBS (Imagem: Unsplash/@timbatec)
O 💥️dólar fechou esta quinta-feira (23) cotado em R$ 5,52. Com isso, 💥️estabeleceu um novo recorde, quebrando o anterior, registrado ontem.
A alta da moeda americana reflete o mau humor do mercado com as incertezas político-econômicas que rondam o Brasil. Mas, se o 💥️UBS estiver correto, você pode sentir saudades dessa taxa de 💥️câmbio.
Em relatório obtido pelo 💥️Money Times, o banco suíço atualizou suas estimativas para o câmbio brasileiro, a fim de incorporar os impactos da pandemia de coronavírus sobre a economia e as contas públicas.
No cenário básico, o dólar pode fechar 2023 em R$ 4,95, e recuar para R$ 4,6 no ano que vem. Para que isso aconteça, algumas variáveis devem se alinhar.
O Índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas de países desenvolvidos, deve recuar dos atuais 100,03 pontos para 96 pontos em 2023 e 94 pontos no ano que vem.
Na prática, isso significa que o UBS aposta numa depreciação do dólar, frente a outras moedas como o iene e o euro.
O spread entre os títulos brasileiros e americanos, com vencimento em dois anos, deve cair dos atuais 369 pontos-base neste ano, e subir para 450 em 2023. Já o risco-país, medido pelo CDS (Credit Default Swap), baixaria dos atuais 300 pontos-base para 280, e, depois, para 250.
Pior cenário
Mas, se a crise econômica piorar, e o governo der sinais de que perdeu o controle das contas públicas, o câmbio pode disparar.
Os sinais de que isso estaria em curso, segundo o UBS, seriam a disparada do CDS para 450 pontos-base neste ano, apesar de o spread entre títulos americanos e brasileiros se manterem no mesmo nível.
Contágio: para o UBS, o fator decisivo para o câmbio será a reação do governo ao déficit fiscal aprofundado pelo coronavírus (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
Nesta situação, o UBS calcula que o dólar fecharia 2023 a R$ 5,75, disparando para R$ 7,35 no ano que vem. O banco lembra que o país apresenta um dos maiores níveis de endividamento, entre os países emergentes.
Com as medidas para reanimar a economia, após o pico da pandemia de coronavírus, os analistas acreditam que o déficit primário possa chegar a 7% do PIB até dezembro.
Tony Volpon e Fabio Ramos, que assinam o relatório, resumem o problema do seguinte modo: “a questão central é se o Brasil será capaz de retornar, e também fortalecer, os esforços de reforma, diante desta deterioração adicional dos seus fundamentos fiscal e de crescimento”.
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