Centrão quer Plano Pró-Brasil, mesmo que Guedes saia do governo
Guedes tem uma visão muito diferente do projeto pós-pandemia desse grupo político, já que o ministro defende a disciplina fiscal e as reformas (Imagem: Flickr/Edu Andrade/Ascom/ME)
Parlamentares do centrão querem uma mudança de rumo na política econômica com ênfase em mais gastos públicos, mesmo que isso resulte na saída do ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, disseram três parlamentares sob condição de anonimato.
O bloco apóia o Plano Pró-Brasil, articulado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, com foco no aumento do investimento público para recuperar a economia no pós-crise do 💥️coronavírus.
O presidente 💥️Jair Bolsonaro se aproximou recentemente do centrão, formado por partidos menores como o PL, PP, PSD e Republicanos, para conquistar mais apoio no Congresso.
A demissão de 💥️Sergio Moro do ministério da Justiça provocou abalo no governo.
Alguns integrantes do bloco acreditam que a saída de Moro abre espaço para que Guedes, outro superministro de Bolsonaro, também deixe o cargo, segundo disseram em condição de anonimato porque a discussão não é pública.
Guedes tem uma visão muito diferente do projeto pós-pandemia desse grupo político, já que o ministro defende a disciplina fiscal e as reformas para atração do investimento privado como forma de recuperar a atividade.
Os receios sobre uma eventual saída do ministro da Economia mantêm o dólar pressionado, perto de R$ 5,70.
Guedes tem conhecimento da atuação do centrão para desestabilizá-lo, mas acredita que o presidente Jair Bolsonaro ainda o apoia para seguir com sua proposta de agenda original, disse um integrante da equipe econômica.
O presidente demonstrou apoio a Guedes em aparição à imprensa nesta segunda-feira. “Homem que decide economia no país é um só, o Paulo Guedes”, disse Bolsonaro, ao lado do ministro.
A pressão por mais gastos, entretanto, não mudou, segundo um integrante da equipe econômica.
Uma das ações mais preocupantes, segundo dois integrantes da equipe econômica, é a possível prorrogação da ajuda emergencial que o governo dá a trabalhadores informais por um período de 3 meses, com custo de mais de R$ 100 bilhões.
O temor é que Bolsonaro ceda a pressões para ampliar esse pagamento por mais tempo.
Se Guedes deixar o governo, a maior parte de sua equipe também deverá sair, disseram duas fontes da área econômica.
Procurado, o Ministério da Economia não comentou.
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