Santander: euforia do mercado com o banco pode durar pouco

Santander

Exposição preocupante: para analistas, reservas para inadimplência poderiam melhorar (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Os investidores comemoraram 💥️os resultados divulgados nesta terça-feira (28) pelo 💥️Santander, referentes ao primeiro trimestre, da melhor forma possível: 💥️com uma disparada no valor das units 💥️(SANB11) listadas na 💥️B3, compostas por uma ação ordinária 💥️(SANB3) e uma preferencial 💥️(SANB4).

Por volta das 17h, os papéis registravam um salto de 10,89% e eram negociados por R$ 27,08. Enquanto isso, o 💥️Ibovespa, principal índice do pregão brasileiro, avançava 3,70% e marcava 81.132 pontos.

Mas, para os analistas, a empolgação pode durar pouco. Embora elogiem os resultados do Santander no início do ano, os relatórios divulgados ao longo do dia não trouxeram nenhuma revisão importante – seja uma melhoria na recomendação, seja um aumento do preço-alvo.

O 💥️BB Investimentos, por exemplo, manteve o rating do banco em marketperform, isto é, desempenho esperado em linha com o mercado, e o preço-alvo de R$ 36.

Assinado por Vinícius Soares e Wesley Bernabé, o relatório da gestora do Banco do Brasil destaca a surpresa com algumas linhas do balanço, mas se preocupa mais com “uma deterioração do cenário para os bancos” no segundo trimestre, “visto que os impactos no setor demoram um pouco a ocorrer”, referindo-se à pandemia de coronavírus.

A dupla cita, como um ponto positivo, a antecipação do aumento de provisões contra uma eventual onda de inadimplência nos próximos meses. A Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) subiu 30,7% e, agora, equivale a 3,7% da carteira de crédito.

Indícios

O BB Investimentos nota que o percentual está um pouco abaixo dos 4,6% que atingiu no auge da recessão brasileira de 2016-2017. De qualquer modo, ao antecipar a provisão de reservas, o Santander tem mais condições de suavizar o impacto da crise nos próximos meses, segundo os analistas.

Na dúvida, a dupla da gestora opta pela cautela, e afirma que continuará acompanhando de perto alguns indicadores, como os índices de capital e de inadimplência e a retomada das receitas (tanto na área de crédito, quanto tarifas e taxas).

Bradesco

Destaque: UBS prefere Bradesco, Itaúsa e Itaú ao Santander (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

O 💥️UBS também elogiou os números apresentados pelo Santander, mas manteve sua recomendação neutra para as units e o preço-alvo de R$ 30, em relatório escrito por Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, ao qual o 💥️Money Times teve acesso.

A principal preocupação do trio do UBS é, justamente, a cobertura providenciada pelo banco para eventuais calotes. Os analistas não se convenceram de que o montante reservado seja suficiente.

Pelos seus cálculos, o índice de cobertura para os créditos não produtivos (NPL, na sigla em inglês) baixou de 209% no quarto trimestre para 194% no início de 2023. O índice de cobertura mostra quanto tempo o banco seria capaz de cobrir os empréstimos não pagos pelos clientes.

Para o UBS, o recuo do índice “mostra claramente que o banco não contabilizou provisões suficientes, antes da esperada deterioração da qualidade dos ativos”. Um sinal que reforça essa opinião é que, no primeiro trimestre, o aumento das provisões cobriria apenas 78% dos créditos gerados no período.

Se o Santander mantivesse o ritmo de cobertura do quarto trimestre, as provisões deveriam ser R$ 700 milhões maiores que as informadas, de acordo com o UBS.

Por tudo isso, o banco suíço também não se animou com o Santander. Embora considere que os múltiplos mostram que suas units estão baratas, na comparação com os concorrentes brasileiros, o UBS ainda prefere o 💥️Bradesco 💥️(BBDC4) e a 💥️Itaúsa 💥️(ITSA4), seguidos pelo 💥️Itaú Unibanco 💥️(ITUB4).

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