Em busca de abastecimento diante do coronavírus, varejo intensifica compras de arroz e preço atinge recorde

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O fato é que, diante dos primeiros casos de covid-19 no Brasil, desde março, consumidores do produto beneficiado passaram a adquirir volumes maiores (Pixabay)

O 💥️Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje a quarta edição de especial temático de “💥️Coronavírus e o Agronegócio”. Desta vez, pesquisadores avaliaram os impactos da pandemia sobre o mercado nacional de 💥️arroz.

Segundo pesquisadores do Cepea, ao longo de abril, os preços de arroz em casca seguiram em alta no 💥️Rio Grande do Sul, maior estado produtor, renovando os patamares recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2005. Nem mesmo a proximidade da finalização da colheita foi suficiente para segurar as reações positivas de preços.

O fato é que, diante dos primeiros casos de covid-19 no Brasil, desde março, consumidores do produto beneficiado passaram a adquirir volumes maiores, forçando o varejo a se abastecer do atacado e, por sua vez, dos engenhos beneficiadores.

Pesquisadores do Cepea indicam que, em alguns casos, agentes apontaram vendas sendo triplicadas no período, com o atacado e o varejo visando formar estoques.

Os preços obtidos com as exportações também estavam em elevação, impulsionados pela maior taxa de câmbio, o que mantém o interesse de vendedores.

Porém, produtores se mostraram retraídos, apostando na continuidade dos aumentos nos preços. A postergação de pagamentos de dívidas, anunciada pelo governo, favoreceu as ações vendedoras.

Pesquisadores do Cepea alertam que, apesar deste cenário, a compra do arroz beneficiado pode se desacelerar no médio prazo, por conta do aumento nos estoques, inclusive por parte dos consumidores finais, o que pode desaquecer a demanda pelo casca.

💥️Indicador

O Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS atingiu o maior patamar nominal neste mês de abril de 2023. Já em termos reais (ou seja, considerando-se a inflação para o período, com base no IGP-DI até março/20), o Indicador atual é apenas o maior desde fevereiro/17, sendo que, naquele período, havia baixo estoque de passagem, após a redução da oferta na safra anterior.

A maior média real, de R$ 68,09/sc, foi registrada em maio de 2008.

💥️Conjuntura

No agregado do Brasil, a área com arroz decresce desde o ano-safra 2004/05, sendo que, na temporada atual, a área de cerca de 1,8 milhão de hectares é equivalente a 43% da área que foi cultivada em 2004/05. Desde então, a oferta total teve redução de 21,3%, segundo dados da Conab.

A redução da área com arroz certamente tem relação com a perda de competitividade perante outras culturas concorrentes em área. Segundo dados da equipe de custos agrícolas do Cepea, o patrimônio investido em arroz no Rio Grande do Sul não foi remunerado ao longo das safras 2009/10 e 2018/19.

Quanto ao consumo ✅per capita, tomando-se como base dados do IBGE, verifica-se forte redução no volume relacionado ao consumo domiciliar entre os dados da POF 2007-2008 e a POF 2017-2018.

Enquanto no primeiro período eram consumidos 26,5 kg ✅per capita anual de arroz no domicílio, em 2017-2018, caiu para 19,76 kg ✅per capita anual, redução de mais de 25% no período (IBGE).

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