Soja: EUA vêem vendas menores por tensões com China, mas movimento deverá ser temporário
Soja brasileira colhida já está praticamente toda compromeitda com exportações (Imagem: Reuters/Agustin Marcarian)
O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresentou menores exportações de soja observando os últimos atritos entre o país e a China em torno do coronavírus e ameaças sobre o acordo comercial.
O corte de aproximadamente 3 milhões de toneladas, de 48,3 para 45,6 milhões/t, ajudou a dar calmaria ao mercado. A tela de junho na Bolsa de Commodities de Chicago (CBOT) perdeu leve, 0,18%, a US$ 8,52 o bushel.
Mas Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, acredita no “conservadorismo” do USDA também porque desconsidera que os asiáticos já compraram em torno de 89 milhões de toneladas do grão, mundo afora, e deverão chegar a 94/95 milhões de toneladas.
E como a oferta brasileira está acabando, participante, prevê Brandalizze, de 60% de tudo que os chineses levarão, há que se acreditar que os Estados Unidos voltarão a fornecer a qualquer momento, mesmo com a reedição das tensões permanecendo no cenário. O share americano naquele mercado deve ficar em 20 a 25%.
Daí que Chicago pode oferecer outro suporte para a commodity quando a China voltar às importações com força.
“A política da China é fazer estoques, pois não querem passar o aperto que passaram em março, no pico da pandemia”, diz o consultor, acrescentando que “Trump bate neles e eles aproveitam para fazer compras baratas”.
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