Sinais do mercado começam a mostrar frouxidão e boi gordo pode perder estabilidade
Nem boi China deslancha, o que não ajuda a puxar o mercado com um todo (Imagem: Arquivo/Agência Brasil/ASCOM ADEPARÁ)
Aos poucos o boi vem perdendo a sustentação dos preços. Ainda não saiu da zona da estabilidade, mas perseguiu recuos de R$ 0,50 a um pouco mais por @ em São Paulo até sexta, entre as principais referências de consultorias.
Tombo mais significativo foi do indicador Cepea/Esalq, em mais de 2,2%, com o boi gordo descendo na casa do R$ 194,00, depois de ficar dias encostado próximo aos R$ 200,00. Isso traz menos otimismo para os negócios desta segunda (18), já que as cotações da instituição estavam entre R$ 6,00 e R$ 8,00 acima das pesquisadas pelas consultorias.
Ao lado do avanço da oferta, diante do secamento dos pastos, há o mercado interno sem motivos para reagir, inclusive porque o auxílio emergencial, da segunda parcela de R$ 600,00, só estará liberado para saques depois do dia 30.
Ainda tem produtor segurando animais, em regiões onde há capim, mas é um equilíbrio frágil, uma vez que isso não vai muito longe.
Também o movimento exportador para China, que vinha dando suporte há semanas, não mostra sinais de força adicional sobre abril, o que colabora para dar mais peso à lentidão das compras dos frigoríficos.
Com tudo isso em jogo, os abates foram para escalas mais longas, oito dias úteis, segundo a Agrifatto, e trouxeram o boi comum hoje, preço balcão, a R$ 193,00, à vista. Pela Scot, R$ 191,00.
A média está pouca coisa abaixo ao registrado no Balizador GPB dos últimos dias, para boi inteiro na praça paulista. O boi China, negociado em São Paulo a R$ 202,00 é média, também pela lista de informações do GPB, com alguns negócios em R$ 205,00.
Tendências
O cenário pode indicar uma pressão de ajuste negativo nas próximas semanas, na medida em que Caroline Matos, da Agrifatto, enxerga mais boi sendo vendido meio na marra com a ausência de pastagens. O segundo semestre, no auge da entressafra, a analista acredita em melhora com a redução da quantidade de animais.
O que para o pecuarista Juca Alves, de Barretos, poderá até acontecer um pouco antes. Ele tem esperança de haver uma leve melhora, porque o volume de boi que ficará disponível nos próximos já não é grande e até animal padrão para os chineses pode ficar escasso.
Os sintomas, diz Alves, são os confinamentos e semi-confinamentos muito frouxos, ante um custo elevado da reposição, corroborando informações trazidas por 💥️Money Times na última sexta.
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