Dólar mostra volatilidade ante real com foco em cena política doméstica

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O dólar acumulava queda de cerca de 4,7% ante o real nesta semana até o momento (Imagem: REUTERS/Thomas White)

O 💥️dólar iniciava a tarde desta sexta-feira em leve queda ante o real, em sessão de volatilidade e após ter subido mais cedo, com o mercado atento à cautela internacional e ao cenário político doméstico.

O dólar acumulava queda de cerca de 4,7% ante o real nesta semana até o momento.

Às 13:23, o dólar recuava 0,23%, a 5,5695 reais na venda, após subir a 5,6264 reais (+0,79%) na máxima do dia.

Na véspera, a moeda à vista teve baixa de 1,89%, a 5,5824 reais na venda, menor patamar desde 4 de maio.

O clima nos mercados globais era de conservadorismo nesta sessão, depois que uma legislação da 💥️China sobre 💥️Hong Kong agravou tensões entre o país asiático e os 💥️Estados Unidos, levantando temores de volta da 💥️guerra comercial.

“Hoje, os receios de um acirramento das tensões geopolíticas impõem cautela nos mercados globais”, escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora. “O receio é que tal decisão (da China sobre Hong Kong) volte a estimular protestos na região e coloque em xeque o acordo ‘Fase 1’ entre” as duas maiores economias do mundo.

Agravando o sentimento, a China desistiu de sua meta de crescimento anual pela primeira vez nesta sexta-feira, “o que reforça as preocupações sobre o impacto do coronavírus”, disse Ricardo Filho.

No exterior, diante do noticiário preocupante, os investidores fugiam para a segurança do dólar, que subia contra alguns dos principais pares arriscados do real.

Enquanto isso, no ambiente local, “contribui para a cautela a expectativa em relação ao vídeo da reunião ministerial que pode ser liberado hoje, que está como objeto na investigação de possível interferência de Bolsonaro na PF”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.

O ministro 💥️Celso de Mello, do 💥️Supremo Tribunal Federal (STF), decidirá nesta sexta-feira se divulga, na íntegra ou parcialmente, a gravação da reunião na qual, segundo o ex-ministro da Justiça 💥️Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro cobra-lhe troca na Superintendência da 💥️Polícia Federal no 💥️Rio de Janeiro sob a ameaça de demiti-lo.

Bolsonaro afirmou na quinta-feira em transmissão por rede social que não é o caso de tornar público o conteúdo completo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, o que avalia que seria um “constrangimento”.

Por outro lado, destacou Rostagno, “a reunião de Bolsonaro com autoridades do país, incluindo os presidentes da Câmara, do Senado e governadores, com tom mais conciliador adotado por todas as partes, agradou ao mercado ontem e está ajudando o real a terminar a semana com ganhos expressivos”.

O dólar acumulava queda de cerca de 4,7% ante o real nesta semana até o momento.

Em live nesta sexta-feira, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, disse que o BC avalia ter as ferramentas necessárias para intervir no mercado em caso de disfuncionalidades via swaps, reservas e linhas e não considera ser necessário outro instrumento para tanto.

Na quarta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autarquia tem espaço amplo para a venda de reservas internacionais e poderá aumentar sua atuação no câmbio se considerar necessário. A declaração ajudou na queda do dólar na quinta-feira.

Nesta sexta, o BC vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em operação de rolagem do vencimento julho.

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