Planos rivais para fundo da crise da União Europeia sinalizam difícil acordo
As negociações começam formalmente nesta semana, quando o braço executivo da UE deve apresentar a própria proposta que servirá de base para as discussões (Imagem: Unsplash/@stereophototyp)
Governos da 💥️União Europeia tentam chegar a um consenso sobre como ajudar os países mais atingidos pela pandemia de💥️ coronavírus.
💥️França e 💥️Alemanha propõem um fundo de recuperação financiado em conjunto para ajudar a região a amortecer o golpe da forte recessão, e o resultado das negociações poderia determinar a direção futura do bloco e ter ramificações globais.
As negociações começam formalmente nesta semana, quando o braço executivo da UE deve apresentar a própria proposta que servirá de base para as discussões, embora já tenham sido traçadas linhas divisórias.
França e Alemanha querem que o fundo conceda subvenções para países e setores mais necessitados, enquanto um grupo de estados membros ricos, como Áustria e Países Baixos, diz que só concordará com empréstimos concessionais para aqueles que precisam.
Confira os principais pontos em discussão:
Tamanho
França e Alemanha propuseram um fundo de recuperação de 500 bilhões de euros (US$ 544 bilhões). Seria um valor extra ao orçamento regular da UE de 1 trilhão de euros para os próximos sete anos e aos cerca de 2 trilhões de euros que cada estado membro já concedeu em auxílio estatal, uma onda sem precedentes de expansão fiscal.
A quantia também seria somada aos 240 bilhões de euros em linhas de 💥️crédito disponibilizadas pelo fundo de resgate da 💥️zona do euro, um fundo de seguro do emprego de 100 bilhões de euros e um fundo especializado do Banco Europeu de Investimento, que visa mobilizar 200 bilhões de euros em financiamento.
O grupo rival, que inclui Áustria, Países Baixos, Suécia e Dinamarca, não especifica o tamanho do fundo de recuperação, sugerindo que o bloco precisa avaliar primeiro as necessidades de financiamento.
Financiamento
França e Alemanha querem que a comissão emita títulos. Opositores aceitam que é necessário um fundo cofinanciado além do orçamento regular da UE.
Eles não especificam como será pago, mas a única maneira de criar esse fundo seria por meio de emissão de dívida ou contribuições diretas, e a dívida parece muito mais bem-vinda.
França e Alemanha querem que a comissão emita títulos. Opositores aceitam que é necessário um fundo cofinanciado além do orçamento regular da UE (Imagem: REUTERS/Yves Herman)
Os governos de Paris e Berlim querem que os 500 bilhões de euros sejam pagos com o orçamento da UE, onde os países mais ricos contribuem mais. Cada membro da UE seria responsável por pagamentos equivalentes à contribuição ao orçamento, e não ao valor total.
Subvenções x empréstimos
O ponto mais polêmico é se o dinheiro do fundo de recuperação será distribuído sob a forma de empréstimos a serem reembolsados pelos beneficiários ou como subvenções, que serão cobertas pelo orçamento conjunto da UE.
Áustria e aliados querem um modelo semelhante ao usado durante a crise da dívida soberana: instituições europeias usam sua nota de crédito estelar (graças ao apoio dos membros mais ricos) para levantar dinheiro no mercado de capitais e usar esses recursos para oferecer empréstimos a juros baixos a estados mais frágeis. Isso é solidariedade europeia na prática, dizem.
Os que são contra a ideia, como França e Itália, dizem que esses empréstimos aumentarão o peso da dívida de países em dificuldades, testando a confiança de investidores e afetando as perspectivas de crescimento futuro, com o perigo de que as duas metades da UE se afastem cada vez mais em termos econômicos.
O plano franco-alemão de emitir subvenções não significaria carga adicional de dívida e, portanto, maior apoio às nações mais fracas.
Em sua proposta na quarta-feira, a Comissão Europeia tentará unir as duas opiniões, propondo uma combinação de empréstimos e subvenções a serem distribuídos a partir do fundo de recuperação, disse uma autoridade europeia.
Dado que já estão disponíveis empréstimos do fundo de resgate da zona do euro e por meio do acordo de💥️ 💥️seguro do emprego, a proposta da comissão estará mais inclinada às subvenções, preparando o terreno para o que poderia ser uma negociação amarga com governos frugais.
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