Veteranos alertam para risco de unir política fiscal e monetária
Bancos centrais do mundo todo adotaram uma série de medidas para baixar os juros, ajudando as economias a enfrentar a pior crise global desde a Grande Depressão (Imagem: Flickr/Banco Central)
💥️Bancos centrais devem tomar cuidado para que medidas extraordinárias para combater a pandemia de 💥️coronavírus não se transformem em financiamento governamental inadequado, segundo dois veteranos em política monetária.
Agustin Carstens, presidente do Banco de Compensações Internacionais, disse que autoridades monetárias devem articular estratégias para desfazer políticas muito frouxas.
“O ponto principal é que é necessário reconhecer que há limites na política monetária”, disse Carstens, ex-presidente do banco central do México, em evento promovido pelo 💥️UBS. “Os bancos centrais não podem intervir nos mercados de dívida pública em larga escala.”
Bancos centrais do mundo todo adotaram uma série de medidas para baixar os juros, ajudando as economias a enfrentar a pior crise global desde a Grande Depressão.
Com isso, governos conseguiram levantar trilhões de dólares em pacotes de resgate, causando preocupações de que políticos possam recorrer a bancos centrais independentes para financiar déficits, um tabu associado a episódios de hiperinflação.
Mas muitos economistas e ex-formuladores de políticas dizem que, com a inflação bem abaixo da meta e os gastos públicos como a única maneira de manter empresas funcionando, há um forte argumento para obscurecer a linha entre políticas monetárias e fiscais ou até mesmo eliminá-la em alguns casos.
Axel Weber, presidente do conselho do UBS, que deixou o Bundesbank em protesto contra a compra de títulos públicos durante a crise da dívida na zona do euro, não é um deles.
Falando no mesmo evento, ele disse que as autoridades monetárias “podem fazer parte de uma resposta à crise, mas a médio e longo prazo é muito importante que os bancos centrais continuem a se concentrar em sua independência”. Autoridades “precisam seguir um rumo muito claro”, disse. Carstens disse que os formuladores de políticas estenderam o apoio sem precedentes “de olhos abertos”.
“Muito da política monetária tem a ver com sinalização e acho que os bancos centrais devem começar a enviar sinais de que isso não é para sempre”, disse.
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