Tráfego menor nas estradas adianta escoamento da soja e reduz custos
Embarques de soja fluem melhor com menor tráfego nas estradas (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)
O ponto mais crítico do escoamento da safra de soja já ficou para trás, com os volumes disponíveis ficando menores, mas o que resta para seguir para os terminais portuários, em torno de 15%, e outros destinos internos, está fluindo melhor. O tráfego mais reduzido nas estradas resulta em vários fatores customizadores desde que o surto do coronavírus se propagou.
A situação positiva para a logística foi mais sentida do final de março ao final de abril, quando a quantidade de grãos era maior. Salvo os problemas iniciais da confusão gerada pela pandemia, quando muitos postos, oficinas e borracharias estavam fechadas.
A consequência mais favorável é o encurtamento do tempo das viagens, como diz Edeon Vaz Pereira, coordenador executivo do Movimento Pró-Logística (MPL). De Sinop (MT) a Santos, por exemplo, a duração média de um caminhão graneleiro é de quatro dias.
Agora, o trajeto pode ser feito em 3,5, ou até 3 dias.
O tráfego reduzido deixa as estradas mais livres, além de se constituir em economia de recursos e até de vidas, com o menor número de acidentes. Gasta-se menos com combustíveis e reparos. Nos próprios terminais o desembaraço está mais tranquilo.
Os ganhos são mais visíveis nas rodovias de pistas simples e, em boa medida, sem pavimentação, especialmente no Centro-Oeste ou na direção dos portos do Arco Norte (Amazonas, Pará e Maranhão).
Para os embarcadores, são fatores adicionais de garantia de embarques, e para os caminhoneiros e transportadoras, poupança de recursos, como também destaca o executivo do MPL, órgão de apoio técnico e institucional das entidades mato-grossenses de grãos e algodão.
No Paraná, segundo maior produtor depois do Mato Grosso, o produto de Cascavel até o Porto de Paranaguá, leva dois dias, entre carregar na região, pegar a estrada (600 km), fazer a triagem no terminal e descarregar. Mas Marlos Correa, da InSoy Commodities, pensa que o ganho da viagem, atualmente, é travado pelo sistema empregado no porto.
Cada trader possui um sistema de cotas para seus caminhões que serão descarregados diariamente, que, portanto, precisam constar de agenda de programação.
“As cotas em Paranaguá continuam reduzidas, de modo que as empresas acabam alongando o período de embarque no interior”, explica o analista e trader.
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