Com cautela, Cooxupé vê embarques menores de café em ano de grande safra

Café

Ele explicou ainda que a cooperativa contou em 2023 com grandes estoques finais da temporada de 2018, que garantiram oferta suficiente para realizar exportações históricas no ano passado (Imagem: REUTERS/Hereward Holland)

Os embarques de 💥️café da 💥️Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, deverão atingir 5,9 milhões de sacas de 60 kg em 2023, sendo 5 milhões de sacas destinadas para exportação, disse à Reuters o presidente da instituição, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, após aprovação do balanço financeiro de 2023 nesta sexta-feira.

Apesar de a safra 2023 ser de alta bianualidade nas lavouras de café arábica, Melo disse que uma “cautela” levou a Cooxupé a prever embarques menores neste ano em comparação com 2023, quando somaram 6,4 milhões de sacas, sendo 5,4 milhões para o exterior, atendendo 50 países.

Ele explicou ainda que a cooperativa contou em 2023 com grandes estoques finais da temporada de 2018, que garantiram oferta suficiente para realizar exportações históricas no ano passado. Em 2023, contudo, a colheita começa com baixos volumes estocados.

“Esses números estão assim por conta de cautela, teve volume alto no ano passado. A cooperativa tinha um estoque da safra de 2018 alto, somou com 2023, com a oportunidade de preços bons, houve a demanda e a oferta foi grande”, afirmou o presidente da cooperativa.

Com o apoio do câmbio, as vendas antecipadas da Cooxupé estão em patamares históricos para o período, em 60% dos embarques programados para o ano.

“Jamais foi visto neste momento um percentual de hedge desta ordem dentro da cooperativa, isso nos dá uma traquilidade”, disse ele, comentando que os preços fixados estão satisfatórios.

Assim, apesar de projetar embarques reduzidos, ele disse que isso não significa que as receitas serão menores. Melo comentou que a cooperativa tem vendas fixadas com café entre 530-540 reais a saca.

A cooperativa faturou 4,2 bilhões de reais em 2023, ante 3,8 bilhões em 2018, destinando 77,1 milhões de reais aos cooperados.

“Temos bastante negócio feito, mas o mercado no futuro está muito incerto”, disse ele, que não acredita que a pandemia de coronavírus possa ser um fator que venha atrapalhar, de forma material, os negócios da cooperativa.

No tocante à colheita, Melo admitiu que há preocupação com a mão de obra, mas ponderou que mais de 85% dos cooperados são micro e pequenos produtores, cujos trabalhos são realizados pela própria família, o que limitaria eventuais problemas gerados pela Covid-19.

As atividades seriam prejudicadas se aqueles que precisam contratar mão de obra de fora eventualmente tiverem problemas para encontrar trabalhadores.

Em relação ao início da colheita, já realizada em cerca de 6% da área da coooperativa, conforme a Cooxupé informou na véspera, Melo disse que os trabalhos estão ligeiramente avançados na comparação com o ano de 2018, que também foi de alta bianualidade.

Segundo ele, condições climáticas fizeram o café amadurecer mais cedo neste ano. “E o produtor está aproveitando, o café tem que colher maduro por conta da qualidade.”

A área de abrangência da cooperativa tem colheita esperada este ano de cerca de 10 milhões de sacas, disse Melo, o que representa aproximadamente um sexto da safra brasileira, levando-se em conta os números da Companhia Nacional de Abastecimento (💥️Conab).

Desse total, a cooperativa busca receber 5,5 milhões de sacas de seus cooperados e outros 1,5 milhão de sacas de terceiros, totalizando 7 milhões em 2023, o que representaria um aumento de 1,9 milhão de sacas na comparação com o total recebido em 2023.

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