Suzano atravessa pandemia sem sustos e dela espera mais dos seus campeões do mercado sanitário
Pepel higiênico deve ficar com negócios mais reforçados desde a origem da pandemia da covid-19 (Imagem: Divulgação/Suzano)
O perfil operacional da Suzano (SUZB3) não foi prejudicado nos primeiros meses do ano, mas a companhia prefere evitar fazer previsões de curto prazo. No entanto, se foi bem até agora, inclusive considerando os meses de abril e maio com o agravamento do crash global, não há motivos para descontinuidade, tendo em vista que a papeleira precisa do mundo (90% de sua receita) e o mundo está se reabrindo cada vez mais.
A companhia fez uma captação de US$ 500 milhões via pré-pagamento de exportações (Stand-by Credit Facility) em 2 de abril – “apesar de nossa boa posição de caixa” (US$ 2,4 bilhões, à época), segundo o CFO Marcelo Bacci -, porém o reforço preventivo mostrou-se desnecessário, pode-se depreender.
De todas as linhas da Suzano, apenas papéis comerciais e de uso em escritórios tiveram um desempenho menor, mas, com as economias voltando à atividade, o pior já deve ter passado. E do campeão “papéis sanitários”, dono de 60% dos negócios da celulose para esse fim (tissue), o desempenho foi forte.
Não foi só a corrida brasileira para estocar papel higiênico e papel toalha, mas mesmo nações de uso per capita mais avantajado deram gás às vendas da empresa, notou o CFO.
Marcelo Bacci, CFO da Suzano, em expectativa de continuidade positiva enquanto a crise da pandemia perdurar (Crédito: Divulgação Suzano)
Nessa toada, a celulose de fibra curta também foi bem em desempenho, informa Bacci.
Mas se a migração positiva está encaminhada, para os próximos meses, dessas boas posições de negócios até aqui, a Suzano mira fundamentos mais longos que o novo normal pós-pandemia pode suscitar para a empresa que obteve, no 1º trimestre, Ebitda ajustado de R$ 3 bilhões e geração de caixa operacional de R$ 2,3 bilhões.
Além de papéis cartão usados em embalagens e celulose também para esse fim, que “deverá substituir produtos de origem fóssil”, Marcelo Bacci lembra que as perspectivas futuras dos papéis de higiene e limpeza os deixarão mais campeões do que já o são.
“O consumo per capita ainda é baixo nos países em desenvolvimento (em comparação com as nações centrais) e deverá ter um salto daqui para frente”, avalia o executivo. É o reverso da crise sanitária.
A Suzano já está entre as cinco maiores produtoras desse nicho no Brasil e pode crescer, dadas as circunstâncias que Bacci relatou.
Enquanto isso, no dia a dia, segue ‘hedgeando’ suas operações em dólares, o que a livrou das últimas quedas do dólar, e mantendo um custo produtivo dos mais competitivos do mundo.
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