Café deve seguir firme no Brasil mesmo ante estoques maiores, estima MacroSector

Café

“Aumento de estoques não impedirá a valorização do produto no mercado doméstico”, disse a consultoria em relatório intitulado com esta frase (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os estoques de 💥️café arábica devem aumentar na safra 2023/21 no Brasil e no mundo, impulsionados por um incremento na produção, mas ainda assim os preços da commodity no país, maior produtor e exportador, tendem a seguir em alta apoiados pelo câmbio, estimou nesta sexta-feira a consultoria MacroSector.

“Aumento de estoques não impedirá a valorização do produto no mercado doméstico”, disse a consultoria em relatório intitulado com esta frase.

No Brasil, os estoques finais de café devem subir quase 3 milhões de sacas de 60 quilos, de 5,8 milhões de sacas em 2023/20 para 8,7 milhões na safra 2023/21. Na perspectiva global, o avanço estimado é de 11 milhões de sacas, para 63 milhões ao fim do ciclo.

Sobre as cotações externas, a MacroSector afirmou que um movimento de especulações tem evitado o rebaixamento de preços do produto negociado na Bolsa de Nova York, que resiste em 100 centavos de dólar or libra-peso.

No Brasil, os valores do grão tipo arábica estão cerca de 25% mais elevados ante igual período do ano passado, impulsionados pela elevação média de 32% no câmbio.

Segundo a análise, em maio, o preço doméstico do café alcançou picos de cerca de 600 reais por saca de 60 quilos em maio.

A produção de café estimada pela MacroSector para o Brasil é de 59,2 milhões de sacas na safra de 2023/21, ante 58 milhões na temporada anterior. As exportações devem passar de 32,9 milhões de sacas para 34,4 milhões de sacas.

Em maio, por exemplo, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que os embarques de café verde atingiram cerca de 3,6 milhões de sacas de 60 quilos, ante 3,28 milhões um ano antes, volume próximo do maior nível de exportação mensal, registrado em dezembro de 2018, quando foram comercializadas 4 milhões de sacas ao exterior.

Já o consumo interno no ano deve ficar praticamente estável, passando de 21,4 milhões de sacas para 21,8 milhões, disse a MacroSector.

Os dados oficiais sobre a cultura no Brasil, mensurados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tiveram a análise de campo e a divulgação postergada devido ao surto do novo coronavírus no país.

A segunda estimativa da Conab deve ser divulgada em 18 de junho, ante previsão inicial marcada para 17 de maio.

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